Ricardo Mexia: "Não há dados suficientemente robustos para perceber se a nova variante é mais severa"

28 nov 2021, 10:34

O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) salienta, contudo, que a Omicron "parece ter uma transmissibilidade importante"

O médico de saúde pública Ricardo Mexia disse este domingo, em entrevista ao programa CNN Domingo, que ainda não há "dados suficientemente robustos" que permitam aferir que a nova variante, denominada Omicron, seja "mais severa" do que as restantes em circulação.

"Ainda não temos dados suficientemente robustos para perceber se [a nova variante] é mais severa, se poderá, eventualmente, reduzir a efetividade das vacinas", começou por dizer o também epidemiologista, quando questionado sobre os riscos associados a esta variante.

Apesar de ainda não haver "dados robustos" quanto à sua gravidade, o médico considera que os dados avançados pela África do Sul, onde foi detetada esta nova variante, permitem aferir que a Omicron "parece ter uma transmissibilidade importante, que terá levado a uma substituição rápida daquilo que eram as outras variantes" em circulação, como a variante Delta.

"Mas os dados ainda são preliminares e, portanto, ainda é difícil tirar grandes conclusões em relação ao que se está a passar", ressalvou.

Questionado sobre a situação em Portugal, Ricardo Mexia afirmou que "ainda não há casos confirmados" desta nova variante no país.

"Sabemos que já há casos na Europa e, eventualmente, poderá haver em Portugal, mas não temos, até à data, confirmação disso mesmo", apontou.

O médico de saúde pública admitiu que, face ao "aumento do número de casos" que se tem registado nas últimas semanas, prevê-se "um aumento da pressão" nos hospitais em Portugal, mas, salientou, não terá a mesma dimensão da verificada no início do ano.

"Eu penso que o que se passou em janeiro e fevereiro deste ano não será repetível em relação à covid-19. Penso que não teremos as condições para que isso se possa repetir - exceção feita a uma eventual nova variante que coloque muito em causa a efetividade das vacinas", considerou.

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