Ómicron: OMS diz que interpretação de dados sobre nova variante demorará até três semanas

Agência Lusa , WL
3 dez 2021, 20:58
Organização Mundial de Saúde

Um dos aspetos a apurar é a eficácia das vacinas em relação à nova variante do coranavírus, detectada primeiramente na África Austral

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou esta sexta-feira que demorará uma a três semanas para interpretar os dados científicos que estão a ser recolhidos em torno da variante Ómicron do SARS-CoV-2, em especial no que respeita à eficácia de vacinas.

"A grande questão tem que ver com as vacinas, e levará tempo a compreender o impacto [da Ómicron] nelas. Esta variante tem um número significativo de mutações, conhecemos algumas delas porque também apareceram noutras variantes. Por isso, temos algumas pistas de que poderemos ter uma redução na eficácia das vacinas. Ainda não temos informação, levará uma, duas ou três semanas para saber", afirmou, citada pela agência noticiosa Efe, a líder técnica de resposta à covid-19 na OMS, Maria Van Kherkove.

Há uma semana, a OMS classificou a nova variante do coronavírus que causa a doença respiratória covid-19 como variante de preocupação, realçando, com base em dados preliminares, o risco acrescido de reinfeção com a Ómicron por comparação com outras variantes de preocupação, incluindo a Delta, dominante do mundo e até à data a mais contagiosa.

Nova variante já chegou a 38 países

Comunicada à OMS uns dias antes pela África do Sul, onde foi detetada inicialmente, a estirpe Ómicron já chegou a 38 países de cinco continentes, incluindo Portugal, onde foram confirmados esta semana 19 casos.

Apesar de esta semana a agência da ONU ter considerado que a nova variante representa um risco global muito alto, ainda subsistem incertezas quanto aos seus efeitos na transmissibilidade da infeção, na severidade da doença, na imunidade, nos tratamentos e nas vacinas contra a covid-19.

A epidemiologista Maria Van Kherkove esclareceu que o retrocesso que houve na luta contra a pandemia da covid-19, em particular na Europa, onde houve um aumento significativo de infeções e hospitalizações, é fruto da circulação da variante Delta.

"Se adicionarmos outra variante, as coisas ficam mais complicadas", admitiu, pedindo aos governos para que reforcem as medidas preventivas, como a vacinação, o uso de máscaras, o distanciamento físico, a higienização das mãos e a ventilação de espaços fechados.

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