Escócia antecipa “tsunami” de casos nos próximos dias com variante Ómicron

Agência Lusa , AG
10 dez 2021, 18:02
Boris Johnson e Nicola Sturgeon

Primeira-ministra estima que esta variante se torne dominante já na próxima semana

A Escócia registará um "tsunami" de casos de covid-19 nos próximos dias devido à variante Ómicron, avisou esta sexta-feira a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, numa altura em que no Reino Unido se verifica um aumento exponencial de infeções. 

"Para ser franca (…) podemos estar a começar a sentir um potencial 'tsunami' de infecções”, afirmou, numa conferência de imprensa, afirmando que este é "talvez o crescimento exponencial mais rápido visto nesta pandemia até agora".

Nicola Sturgeon previu que a variante Ómicron ultrapasse a variante Delta "dentro de alguns dias, não semanas” para se tornar na variante dominante na Escócia "talvez já no início da próxima semana”.

O Reino Unido registou nas últimas 24 horas 58.194 novos casos de covid-19, um novo máximo desde 9 de janeiro, quando estava em confinamento, de acordo com os dados oficiais do governo. 

Foram também identificados 448 novos casos com a nova variante, elevando o total para 1.265.

Porém, a Agência de Segurança de Saúde britânica (UKHSA) estima que o número verdadeiro seja 20 vezes mais elevado, perto de dez mil, e que, continuando a duplicar cada 2-3 dias, se torne dominante em todo o país ainda este mês. 

Embora os especialistas britânicos estejam convencidos de que a variante Ómicron é mais contagiosa, ainda estão a tentar perceber se causa mais sintomas ou se consegue contornar a imunidade providenciada pelas vacinas.  

O agravamento da pandemia levou o governo britânico a impor a partir de hoje mais restrições em Inglaterra, como o uso obrigatório de máscaras em mais espaços públicos fechados, como teatros e cinemas, exceto a restauração. 

A partir de segunda-feira, entra em vigor a recomendação para o teletrabalho e na quarta-feira em algumas salas, como discotecas, e em grandes eventos, como jogos de futebol, será exigido o certificado de vacinação ou teste negativo à entrada.

Estas novas medidas em Inglaterra foram mal recebidas por muitos deputados do Partido Conservador por considerarem que não são justificadas pelos dados, mas deverão ser aprovadas no parlamento com a ajuda da oposição. 

Algumas projeções de cientistas que aconselham o governo apontam para mil hospitalizações por dia, se o número de infeções continuar a acelerar. 

Entretanto, análises preliminares da UKHSA sugerem que uma terceira dose de vacinação garante cerca de 75% de proteção contra a variante Ómicron, mas que duas doses são insuficientes para evitar a infeção. 

O Reino Unido é o país com maior número de mortes de covid-19 na Europa, 146.255 desde o início da pandemia, contando com 81,2% da população vacinada com duas doses da vacina e 38,6% com uma terceira dose. 

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