Três em cada 10 mulheres adiaram a maternidade devido à pandemia

Agência Lusa , NM
25 nov 2021, 08:32
Médica segura recém-nascido em tempos de covid-19

As conclusões deste estudo mostram que 22% da população portuguesa disse pretender realizar mais tratamentos de fertilidade durante o período pandémico e que 76% dos inquiridos vê como necessário o investimento no setor da saúde

Três em cada 10 mulheres portuguesas adiaram a maternidade por causa da pandemia, revela um inquérito europeu esta quinta-feira divulgado e que envolveu 10 países. O objetivo era avaliar as perceções sobre a saúde após dois anos de covid-19.

O estudo também conclui que o stress e a ansiedade foram sentimentos que afetaram quase metade dos inquiridos nacionais e que os portugueses são os que menos consideram o seu estado de saúde físico como “bom” ou “muito bom”.

O estudo ‘Merck survey: Europeans perception of health two years after the start of Covid 19’ foi realizado junto de pessoas com idades entre os 18 e os 65 anos residentes na Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa e Suíça, através de uma abordagem CAWI (entrevistas realizadas através da Internet).

A amostra nacional foi de 600 pessoas e as entrevistas decorreram entre 31 de agosto a 8 de setembro de 2021.

As conclusões do estudo, divulgadas em comunicado, revelam que 29% das mulheres portuguesas com menos de 44 anos admitiram ter adiado os seus planos de maternidade por causa da pandemia.

Tratamentos de fertilidade

Apontam também que apenas 22% da população portuguesa disse pretender realizar mais tratamentos de fertilidade durante a pandemia, sendo a faixa etária acima dos 45 anos o grupo que mais considerou esta possibilidade.

“Mas a pandemia teve outros impactos, como o stress e a ansiedade (49%), medo e incerteza (38%), os sentimentos que afetaram mais de um terço das pessoas em Portugal, um stress que passou para 48% nos homens mais jovens e 57% nas mulheres”, refere o comunicado.

Os problemas psicológicos (33%) são uma das principais consequências da pandemia indicadas pelos portugueses, valor ligeiramente acima da média europeia (30%), e que se faz acompanhar pela dificuldade em cumprir as responsabilidades familiares e laborais (27%, igual a média europeia).

Quanto ao estado de saúde físico, 42% avaliaram-no como “bom” ou “muito bom”, o valor mais baixo entre os 10 países, seguido dos belgas e alemães (ambos com 49%).

Valor que baixa quando questionados sobre a saúde emocional, com 38% a considerar que é “boa” ou “muito boa”, um valor que coloca Portugal no segundo pior lugar, apenas atrás da Alemanha (37%).

Mais investimento na saúde

Para 76% dos inquiridos, é necessário mais investimento em medicina preventiva e saúde pública, um valor bem acima da média europeia (56%), seguido por uma maior aposta na saúde mental (57% versus 41% da média europeia) e cuidados de saúde primários (49% versus 43%).

O estudo destaca também aspetos positivos associados à pandemia, com 44% dos portugueses a afirmarem estar mais solidários, um valor acima da média europeia (33%), e 40% mais resilientes (22%, média europeia).

A vida social foi reduzida para seis em cada 10 europeus, um valor muito superior ao dos portugueses: apenas dois em cada 10 sofreram esta consequência da pandemia.

Os dados revelam ainda que 21% dos portugueses dizem ter melhorado a sua dieta (20% a média europeia), 25% reduziram o consumo de álcool e drogas (versus 24%) e 33% tiveram menos relações sexuais.

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