Japão prolonga estado de “quase-emergência” devido à Ómicron

15 fev 2022, 07:28
Japão

Novos casos estão a baixar, mas mortes e internamentos sobem. Governo admite flexibilizar as regras draconianas de entrada no país. Economia está a reagir bem, mas autoridades temem riscos de uma nova vaga de infeções

O governo do Japão estendeu por mais três semanas as medidas de “quase-emergência"  na capital, Tóquio, e em outras 12 áreas do país. O conjunto de restrições - que são bastante leves, em comparação com o que acontece no Ocidente, e se aplicam sobretudo a horários de funcionamento de estabelecimentos abertos ao público, como restaurantes, museus ou serviços públicos - deveria terminar a 13 de fevereiro, mas foi prolongado até 6 de março.

Apesar de a incidência de novos casos continuar relativamente alta, o primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou que o pico da atual vaga já passou, e que as infeções estão a diminuir em todo o país. O momento de viragem na média a sete dias de novas infeções terá sido registado a 9 de fevereiro.

Apesar disso, o número de novos casos continua alto: nos últimos dias, andou entre 500 e 800 por milhão de habitantes. Os novos infetados têm sido sobretudo idosos e crianças. As taxas de ocupação de camas hospitalares por pacientes com sintomas moderados e graves continuam a aumentar, e o número de mortes por covid também. 

A taxa de vacinação com a dose de reforço ainda é baixa, sobretudo entre os idosos. O governo espera contrariar esse cenário em relação à população ativa, com uma nova campanha de vacinação nos locais de trabalho, que arrancou ontem.  

Flexibilizar fronteiras 

O primeiro-ministro admitiu esta semana que o Japão poderá, aos poucos, flexibilizar as políticas de entrada no país. Desde a chegada da variante Ómicron, o Japão fechou as fronteiras, admitindo a entrada apenas a cidadãos e a estrangeiros que tenham autorização de residência, num limite máximo de 3.500 entradas por dia.

Esta terça-feira soube-se que a economia japonesa está a recuperar bem desde que a vaga da variante delta foi controlada, com o consumo interno a ser o principal motor da recuperação económica. Apesar dos valores altos de infeções provocadas pela variante Ómicron, o país não declarou estado de emergência em qualquer região, tendo-se ficado pelo estado de “quase emergência”. Uma das razões para esta ponderação foi o impacto económico dos anteriores estados de emergência. Mas o chefe do Governo alertou ontem que se as taxas de incidência voltarem a subir isso poderá prejudicar a economia e a sociedade como um todo.

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