Japão e China apertam controlo à covid; Coreia do Sul bate recordes

22 dez 2021, 07:37
Coreia Sul

Pandemia a várias velocidades na Ásia. Na China, um caso deixou cidade de 300 mil em confinamento

Com o crescimento global da variante Ómicron, o Governo do Japão vai manter as fronteiras fechadas a visitantes estrangeiros e vai apertar as regras de controlo dentro do país, para evitar que a nova variante tenha propagação comunitária. O país já detetou sete dezenas de casos de Ómicron, na sua esmagadora maioria nos aeroportos, na testagem feita aos nacionais japoneses que entram no país, ou nos hotéis de quarentena onde todos os recém-chegados têm de passar 10 dias. 

Apesar de não haver evidência de transmissão comunitária da nova variante, o primeiro-ministro nipónico anunciou ontem que qualquer pessoa que tenha contacto de risco com alguém infetado com Ómicron deverá fazer 14 dias de quarentena em instalações indicadas pelo Governo. Até agora, esse período de quarentena obrigatória podia ser cumprido em casa - a intenção do executivo é pedir às pessoas que o façam em hotéis de quarentena. No entanto, como esta intenção não tem suporte legal, os visados podem sempre recusar-se a aceitar, preferindo cumprir a quarentena em casa. Apesar disso, as autoridades acreditam que o pedido será aceite pela grande maioria das pessoas, tendo em conta a cultura cívica que impera no país.

China: um caso deixa 300 mil em confinamento

Na China, mantém-se a política de “Covid Zero”, sem pedidos, sem direito de opção pelos visados e sem preocupação de cumprimento de formalidades legislativas. A regra já era de “tolerância zero” em relação às infeções, mas a emergência da variante Ómicron tornou as autoridades ainda mais restritivas. Também no caso da China não há registo de transmissão de Ómicron na comunidade, mas as variantes anteriores continuam a ser encaradas como um inimigo a abater. 

O país reportou ontem 57 novas infeções (num país de 1,4 mil milhões de habitantes o rácio per capita é quase invisível, e incomparável com qualquer outro país), das quais 52 na cidade de Xiam, na província de Xianxim, no noroeste do país. Desde 9 de dezembro, a cidade de 13 milhões de habitantes registou 143 infeções, o que foi o suficiente para que as autoridades recomendassem a toda a população que fique em casa, saindo apenas por motivos imperiosos.

Noutra cidade chinesa, mais pequena, perto da fronteira com o Vietname, bastou um caso para que milhares ficassem confinados em casa. Em Dongxing, na província de Guangxi, foi identificado um caso de covid na terça-feira - e apenas um dia depois as autoridades locais impuseram quarentena obrigatória a toda a população, de 300 mil pessoas. 

Escolas, transportes públicos e organismos do Estado foram encerrados, e só estão a funcionar serviços essenciais, como supermercados, hospitais e farmácias. Até ordem em contrário, só pode sair de casa quem vá participar numa testagem massiva por drive through que o governo organizou.

Coreia do Sul: vaga com sucessivos recordes

Entretanto, na Coreia do Sul, a pandemia continua a atingir níveis nunca antes vistos, num país que ficou conhecido como um caso de sucesso da filosofia de “viver com a covid”. Esta quarta-feira o país reportou um novo recorde de 7.456 casos diários, dos quais menos de uma centena de casos importados. Embora esta vaga não esteja relacionada com a Ómicron (a variante Delta é de longe a predominante), a Coreia do Sul já tem 234 casos confirmados da nova variante, que já estará com transmissão comunitária.

Com o grande aumento de casos, aumentam também os internamentos em enfermaria e sobretudo em cuidados intensivos. É nessa frente que a Coreia do Sul está em alerta vermelho. Há 1.063 pacientes internados em estado crítico, dos quais 84% são pessoas com mais de 60 anos. Um recorde no país, que está a debater-se para dar resposta a esta procura por cuidados intensivos.

O ministro da saúde anunciou que até ao final de janeiro o governo irá acrescentar 7 mil novas camas de internamento hospitalar, tanto em enfermaria como em UCI. Até lá, foram adotadas medidas de urgência: os militares vão ceder 300 camas para pacientes críticos, e recursos humanos das Forças Armadas vão ser desviados para os hospitais públicos. Por outro lado, alguns hospitais do Estado vão ser convertidos para resposta exclusiva à covid-19.

Vários países da Ásia Pacífico estão a reverter decisões recentes de reabertura do país a viajantes vacinados, como é o caso da Tailândia, Filipinas ou de Singapura.

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