O matemático Carlos Antunes antevê que no início do próximo mês "600 a 700 mil pessoas" estejam em isolamento profilático em Portugal
Portugal voltou a bater um novo recorde de novos casos diários esta quarta-feira, com mais 26.867 infetados nas últimas 24 horas. Perante "a variabilidade de números em termos de diagnósticos", o matemático Carlos Antunes considera que, neste momento, “é muito difícil" fazer uma previsão pandémica superior a uma semana.
O professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa explica que para já não é possível antever quando e como será o pico pandémico da variante Ómicron.
“A evolução que estamos a assistir é compatível com aquilo que se observa nos outros países. (...) A variabilidade de números em termos de diagnósticos e a incapacidade que temos para conseguir diagnosticar outros casos que ocorrem torna difícil esta antevisão do que poderá ser o pico, quando vai acontecer e qual será a evolução que se segue para lá de uma semana”, refere.
No entanto, Carlos Antunes acredita que, com base na média dos casos e no Rt, Portugal vai registar, em termos de média semanal, cerca de 20 mil novos casos diários nos próximos dias e 28 mil no prazo de uma semana.
O matemático diz ainda que Portugal deveria "estar, neste momento, a fazer mais de 350 mil testes diários, em média", mas essa meta é "quase impossível" por falta de meios e recursos humanos suficientes.
O professor prevê ainda que já na próxima semana "600 a 700 mil pessoas" vão estar em isolamento profilático no território nacional. Cenários semelhantes estão a ocorrer em vários países europeus que têm vindo a reduzir o número de dias de isolamento profilático, algo que para Carlos Antunes não passa de uma "situação de remédio”.
