Antigo ministro Couto dos Santos encontrado morto num campo de golfe em Matosinhos

Agência Lusa , BCE (notícia atualizada às 17:30)
6 jan, 15:59

Corpo foi encontrado a boiar no lago de um campo de golfe em Matosinhos

O antigo ministro social-democrata António Couto dos Santos foi encontrado morto esta segunda-feira a boiar num lago no Citygolf, na Senhora da Hora, em Matosinhos, revelaram à Lusa fontes dos Bombeiros de São Mamede de Infesta e do PSD.

Couto dos Santos, de 75 anos, foi por três vezes ministro de Aníbal Cavaco Silva, gerindo as pastas da Educação, Assuntos Parlamentares e da Juventude, tendo antes sido secretário de Estado da Juventude, Qualidade de Vida e Ambiente.

Segundo a fonte dos bombeiros, o corpo do antigo governante já seguiu para o Instituto de Medicina Legal do Porto.

A Polícia Judiciária (PJ) afirmou à Lusa “não haver indícios de morte violenta” de Couto dos Santos, esclarecendo que “por essa razão não foi, até agora, acionada nem esteve no local”.

Também a PSP confirma que não há indícios de crime na morte de António Couto dos Santos.

Fonte dos Bombeiros de São Mamede de Infesta tinha avançado à Lusa que a Polícia Judiciária fora chamada ao local e que esta teria dado ordem para esvaziar o lago para tentar encontrar um taco de golpe da vítima que está desaparecido.

O alerta foi dado pelas 11:30 e, à chegada dos meios ao local, o homem já se encontrava morto, acrescentou.

O clube de golfe encontra-se encerrado.

Couto dos Santos nasceu em 18 de maio de 1949, em Forjães, no concelho de Esposende, tendo feito o ensino secundário no Liceu Passos Manuel, em Lisboa e se licenciado em Engenharia Química no Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa.

O antigo governante foi também deputado pelos distritos de Setúbal (1987-1994) e de Aveiro (2009-2015), presidente do Conselho de Administração (CA) da Assembleia da República (2011-2015), presidente da Comissão Parlamentar de Saúde (2009-2011) e vice-presidente da mesma comissão (2011-2015).

A nível empresarial, esteve na Quimigal (1983-1985), foi presidente executivo da Associação Empresarial de Portugal (1995-2007), integrou o CA do Hospital da Amadora (1995-2003), presidiu à Casa da Música no Porto (2004-2005) e foi membro de diversos órgãos sociais na área dos media, comunicações, construção, energia e ambiente), tendo sido ainda consultor nas áreas de Energia, Ambiente e Saúde.

Couto dos Santos desempenhou ainda as funções de cônsul honorário da Rússia no Porto, tendo apresentado a sua recusa ao lugar em 26 de fevereiro de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em comunicado enviado às redações, a direção nacional do PSD manifesta "profundo pesar" pela morte de Couto dos Santos, que recorda como "um amigo" do partido, "um ilustre militante" e "um dos principais defensores da causa pública".

Aníbal Cavaco Silva manifestou-se “profundamente chocado” com a notícia da morte do antigo ministro, que recordou como “um político que não fugiu às suas responsabilidades”.

“Estou profundamente chocado, profundamente entristecido com a notícia da morte do engenheiro Couto dos Santos. No último verão, tínhamos tido aqui no meu gabinete uma longa conversa em que verifiquei que Couto dos Santos continuava a ser uma pessoa de ideias novas, de ideias inovadoras, um homem com grande criatividade e muito empenhado em contribuir para a resolução dos problemas do nosso país”, salientou.

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