Covid-19: 40% das mortes em Portugal aconteceram em lares

23 abr 2020, 13:40
Idosos são sujeitos a testes de despiste de Covid-19

327 das 820 vítimas mortais era utentes destas estruturas de apoio a idosos, mas a maioria dos infetados «está hoje recuperada»

A diretora-geral da Saúde afirmou esta quinta-feira que 327 das 820 mortes por covid-19 que aconteceram em Portugal foram em lares, o que equivale a 40%.

«Este número é distribuído da seguinte forma: 180 na região Norte, 106 na região Centro, 39 na região de Lisboa e Vale do Tejo, um no Alentejo e um no Algarve», disse Graça Freitas, frisando as características dos utentes destas instituições: «População envelhecida e com problemas de saúde».

A diretora-geral da Saúde aponto, contudo, que «estar num lar não é uma fatalidade» e que a maior parte dos utentes infetados «está hoje recuperada».

Graça Freitas falou ainda sobre como está a evoluir a pandemia em Portugal e sobre o índice R, que indica o número de pessoas que cada doente infeta. «Quanto maior o R maior a capacidade de a curva subir e exponencialmente. Quando temos aqueles planaltos, quer dizer que o R é muito perto de 1. Quando vem para abaixo, começamos a descer na curva e a ter menos casos», disse a responsável.

O R em Portugal é cerca de 1. «Estamos equilibrados, nalgumas regiões acima de um, noutras ligeiramente abaixo, por isso temos andado no planalto, com alguma tendência de decrescente, mas ainda é cedo para dizermos», apontou a diretora-geral da saúde.

«Estamos no ponto de equilíbrio», disse Graça Freitas, apontando que «sabemos que, quando descomprimirmos as medidas, a curva sobe.»

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que «Portugal ultrapassou a barreira dos 300 mil testes realizados».

«Desde o dia 01 de março foram realizados cerca de 302 mil testes diagnóstico covid-19 no nosso país. Estamos a falar de uma testagem de 27.925 pessoas por milhão de habitantes, o que à data de hoje é superior a países como a Noruega, a Suíça, a Itália e a Alemanha», disse o governante, acrescentando que cerca de 49% dos testes foram realizados em laboratórios públicos, 45% em laboratórios privados e 5% em outras instituições, nomeadamente académicas e militares.

O resposável foi ainda questionado sobre uma notícia que apontava que alguns dos ventiladores que Portugal recebeu terem botões em chinês.

«Tivemos de recorrer ao mercado chinês. Sabemos que parte dos ventiladores vêm com indicadores e botões em chinês, mas também sabemos que nesses ventiladores existem indicadores universais entre eles os de saturação de CO2 ou de O2», afirmou, apontando que, «se houver casos em que tal não aconteça, com certeza haverá capacidade de fazer a formação dos respetivos profissionais nos indicadores, que facilitará a utilização.»

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