EUA condenam lançamento de míssil balístico intercontinental pela Coreia do Norte

Agência Lusa , AM - notícia atualizada às 7:06
3 nov 2022, 06:13
Imagem divulgada pelas autoridades norte-coreanas do lançamento de um míssil entre setembro e outubro de 2022

Lançamentos ocorreram um dia depois de a Coreia do Norte ter disparado mais de 20. EUA apelam à aplicação rigorosa das sanções da ONU contra Pyongyang

Os Estados Unidos condenaram o lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM) disparado esta quinta-feira pela Coreia do Norte, e apelaram à aplicação rigorosa das sanções da ONU contra Pyongyang.

O lançamento "sublinha a necessidade de todos os países implementarem plenamente as resoluções do Conselho de Segurança" da ONU de sancionar a Coreia do Norte, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price. O lançamento do ICBM, esta quinta-feira, parece ter falhado, disse o exército sul-coreano.

Depois do lançamento, os militares sul-coreanos e norte-americanos anunciaram, em comunicado, o prolongamento dos exercícios aéreos em grande escala.

"As Forças Aéreas da República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] e os Estados Unidos decidiram prolongar o período de formação do exercício aéreo conjunto em grande escala 'Tempestade Vigilante', iniciado a 31 de outubro, devido às recentes e contínuas provocações da Coreia do Norte", de acordo com um comunicado dos Chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, sem especificar datas.

Os lançamentos de Pyongyang são, por sua vez, uma resposta a estes exercícios, que deviam estar concluídos na sexta-feira, e que se assumem como os maiores do género em cinco anos, uma vez que envolveram mais de 200 aviões, incluindo caças furtivos de quinta geração.

Os dois aliados "partilham a opinião de que é necessário exibir uma robusta postura de defesa combinada" face à "atual crise de segurança, que é acentuada pelas provocações da Coreia do Norte", acrescenta-se na mesma nota.

Um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano disse, numa mensagem aos meios de comunicação social, que os dois lados estão "a discutir os pormenores relativos ao período" para prolongar os exercícios, que incluem a mobilização de F-15, F-16, EA-18G (a versão do caça-bombardeiro F-18 adaptada para cenários de guerra eletrónica), caças F-35A e F-35B, que ao contrário do F-35A podem efetuar descolagens e aterragens verticais.

É a primeira vez que o Pentágono deslocou F-35B para território sul-coreano, fator que pode ter irritado particularmente Pyonyang, que, na terça-feira, já ameaçara responder energicamente a estes exercícios.

A tensão na península está a atingir níveis sem precedentes face aos repetidos testes de armas norte-coreanos, às manobras dos aliados e à possibilidade de, como parecem indicar as imagens de satélite, o regime de Kim Jong-un estar pronto para realizar o primeiro teste nuclear desde 2017.

A Coreia do Norte tem aumentando as demonstrações de armas a um ritmo recorde este ano, tendo disparado já dezenas de mísseis, incluindo a primeira demonstração de mísseis balísticos intercontinentais desde 2017, enquanto explora uma eventual distração criada pela invasão russa da Ucrânia para impulsionar o desenvolvimento de armas.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.

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