COP27: UE e quatro Estados-membros doam mil milhões de euros a África

Agência Lusa , DCT
16 nov 2022, 18:24
África (AP Photo/Brian Inganga, File)

Uma parte desse dinheiro será canalizada para perdas e danos já sofridos pelo continente africano

A União Europeia e quatro dos seus Estados-membros vão contribuir com mil milhões de euros para ajudar o continente africano a adapta-se às alterações climáticas, anunciou esta quarta-feira o comissário europeu Frans Timmermans na Conferência sobre Alterações Climáticas (COP27).

“Juntos, a União Europeia a quatro Estados-membros – França, Alemanha, Países Baixos e Dinamarca – vão doar mais de mil milhões de euros para apoiar a adaptação em África”, revelou o também vice-presidente da Comissão Europeia durante a conferência que decorre no Egito.

Esta iniciativa deve mobilizar programas novos e outros já existentes, segundo um comunicado feito paralelamente pela Comissão Europeia, sem precisar a proporção que é nova.

O comissário detalhou que o fundo vai servir para recolher dados sobre riscos climáticos, reforçar os sistemas de alerta precoce para prevenir as populações de catástrofes iminentes, ajudar a mobilizar o setor financeiro – incluindo privado – para a questão climática e reforçar os mecanismos de segurança face a riscos inevitáveis.

Uma parte desse dinheiro será canalizada para perdas e danos já sofridos pelo continente africano, sublinhou o vice-presidente da Comissão Europeia, tocando num ponto fraturante da COP27.

Numa outra intervenção, Frans Timmermans rejeitou os termos da proposta apresentada pelos países em desenvolvimento – o grupo chamado G77 – mais a China para a criação de um mecanismo de perdas e danos, sublinhando contudo que os Estados-membros da UE estão “conscientes” da necessidade desse instrumento.

Esta proposta “não nos levará onde queremos chegar”, afirmou em declarações aos jornalistas, sustentando que a ela “parte de uma situação de há 30 anos, de 1992, e não de 2022”, o que deixaria de fora da contribuição para as ajudas países que “cresceram enormemente” desde então e que tem hoje “um enorme potencial financeiro”, o que é “inaceitável”.

“Se a China é uma das maiores economias do planeta (…) porque não pode ser corresponsável do financiamento dos danos?”, questionou o representante da Comissão Europeia.

O financiamento de “perdas e danos” sofridos pelos países no sul devido aos impactos do aquecimento global é um dos temas que dividem a COP27.

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