COP27: ONU pede financiamento para sistema de alerta precoce face a fenómenos extremos

Agência Lusa , CE
7 nov 2022, 16:24
António Guterres na COP27 (GettyImages)

O plano, concebido pela Organização Meteorológica Mundial, requer um investimento de 3,1 mil milhões de dólares entre 2023 e 2027 e visa permitir que todas as pessoas no mundo possam antecipar-se e proteger-se de eventos extremos, como inundações e secas

A ONU pediu esta segunda-feira a governos, instituições e empresas que financiem o Plano de Ação de Alerta Precoce para todos, uma rede para salvar vidas e reduzir perdas económicas devido a fenómenos climáticos extremos, tornando possível antecipá-los.

O plano, concebido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), requer um investimento de 3,1 mil milhões de dólares entre 2023 e 2027 e visa permitir que todas as pessoas no mundo possam antecipar-se e proteger-se de eventos extremos, como inundações e secas.

A iniciativa, já apoiada por cinquenta países, foi apresentada esta segunda-feira pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, numa reunião com representantes governamentais, organizações das Nações Unidas, agências de financiamento, tecnológicas e setor privado, durante a conferência do clima (COP27), que começou no domingo em Sharm el-Sheikh, no Egito.

O investimento inicial para a criação desta rede é equivalente a 50 cêntimos de dólar por pessoa por ano, enquanto os benefícios que irá gerar face a um clima cada vez mais "extremo e perigoso" são "enormes", disse António Guterres.

É por isso que, opinou, a resiliência às alterações climáticas deve incluir a possibilidade de aceder a informação para antecipar tempestades, ondas de calor, inundações e secas.

"O aumento constante das emissões de gases com efeito de estufa potencia fenómenos climáticos extremos em todo o mundo (…) custando vidas, centenas de milhares de milhões de dólares em perdas e danos, e deslocando três vezes mais pessoas do que as guerras. Metade da humanidade já está na zona de perigo", advertiu.

De acordo com dados da ONU, nos últimos anos multiplicaram-se por cinco as catástrofes devido às alterações climáticas induzidas pelo Homem e ao aumento das condições meteorológicas extremas, uma tendência que se prevê que continue.

Contudo, metade dos países do mundo não tem sistemas de alerta precoce e de normas paras os ligar a planos de emergência, especialmente em países em desenvolvimento, mais vulneráveis às alterações climáticas.

"Os alertas precoces salvam vidas e proporcionam enormes benefícios económicos", uma vez que apenas avisando com 24 horas de antecipação de um perigo iminente os danos podem ser reduzidos em 30%, segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Segundo dados da Comissão Mundial de Adaptação, a atribuição de 800 milhões de dólares a estes sistemas de alerta precoce nos países em desenvolvimento evitaria perdas de entre três e 16 mil milhões de dólares por ano.

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