PSD: distritais querem votar proposta para que diretas e Congresso sejam marcadas em dez dias

Agência Lusa , MJC
18 fev 2022, 23:14
O presidente do PSD, Rui Rio, fala aos jornalistas após reunir com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Os subscritores defendem que “é convicção das Comissões Políticas Distritais que o PSD deve eleger a sua nova liderança e órgãos nacionais num prazo temporal razoável”

As distritais do PSD vão levar a votos no Conselho Nacional de sábado uma proposta para que, num prazo máximo de dez dias, se realize uma nova reunião deste órgão e sejam marcadas eleições diretas e Congresso.

Na proposta de deliberação a que a Lusa teve acesso, assinada por 17 das 19 estruturas distritais do PSD (à exceção de Aveiro e de Évora), os representantes destas estruturas consideram que foi o presidente do partido, Rui Rio, que instou o Conselho Nacional a tomar uma posição sobre o calendário eleitoral interno, depois de anunciar que não iria continuar na liderança do partido na sequência da derrota eleitoral de 30 de janeiro.

Assim, propõem que o Conselho Nacional, que se reúne no sábado em Barcelos (Braga), delibere que “o horizonte temporal publicamente definido pelo presidente do PSD, Dr. Rui Rio, para a eleição e tomada de posse de uma nova direção do PSD, seja escrupulosamente observado, pelo que é imprescindível que o processo esteja concluído até ao final do 1.º semestre de 2022”.

Num segundo ponto, as distritais propõem que, se não for possível fazê-lo já neste sábado, “o Conselho Nacional reúna no prazo máximo de 10 dias com vista a apreciar e deliberar a proposta de Regulamento e Cronograma da Eleição Direta e do 40.º Congresso Nacional do PSD a ser apresentada pela Comissão Política Nacional”.

Os subscritores defendem que “é convicção das Comissões Políticas Distritais que o PSD deve eleger a sua nova liderança e órgãos nacionais num prazo temporal razoável”.

O objetivo, explicam, é que “a nova liderança e os novos órgãos nacionais possam acompanhar, tanto quanto possível, o início da legislatura, e sobretudo, que o PSD possa preparar desde já um projeto alternativo à governação socialista”.

“Esta questão ganha particular acuidade com a repetição das eleições legislativas no círculo da Europa e com o adiamento da tomada de posse do governo e a instalação da Assembleia da República”, afirmam.

Apesar de não estar ainda fixado, é provável que o arranque da legislatura possa acontecer no final de março, seguido da tomada de posse do Governo, ou seja, bastante antes da disponibilidade de Rui Rio de se manter à frente do PSD, no máximo, até início de julho.

Esta proposta de deliberação, referem, resulta do encontro realizado na quinta-feira à noite entre as distritais, em Leiria, onde foram analisados os resultados das legislativas.

“Os resultados das eleições legislativas exigem que o PSD procure fazer, de forma serena e madura, uma reflexão interna, mas sobretudo seja capaz de representar uma oposição firme e constituir-se, o mais breve que seja possível, numa alternativa de sucesso para o desenvolvimento do país e com quem os portugueses se identifiquem”, defendem.

No texto, recordam que foi Rui Rio quem afirmou publicamente que não via utilidade em manter-se na presidência do PSD e, dias depois, que a liderança do partido devia estar resolvida “durante o primeiro semestre deste ano”, saudando esta atitude que evita ao PSD “uma azáfama regulamentar e procedimental que em nada o engrandeceria”.

É neste âmbito que enquadram a sua proposta, considerando que foi por essa razão que se incluiu na ordem de trabalhos da reunião de sábado um ponto dedicado à “decisão sobre processo eleitoral para os órgãos nacionais do partido”.

A marcação das diretas é, habitualmente, o pontapé de saída para o anúncio de candidaturas já que, até agora, ainda ninguém assumiu que irá disputar a liderança do PSD.

De acordo com os resultados provisórios das legislativas de 30 de janeiro, o PSD conseguiu cerca de 29% dos votos e 78 deputados (a confirmar-se um eleito pela Europa quando for repetida a eleição), menos um do que os 79 eleitos em 2019 e a mais de 13 pontos percentuais do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.

Relacionados

Partidos

Mais Partidos

Mais Lidas

Patrocinados