Confiança dos consumidores portugueses em máximos desde início da guerra. Indicador de clima económico trava em maio

ECO - Parceiro CNN Portugal , Joana Morais Fonseca
30 mai 2023, 09:53
Baixa de Lisboa, turismo, pessoas. Foto: Jorge Mantilla/NurPhoto via Getty Images

A confiança dos consumidores voltou a aumentar em maio, tendo atingido "o valor máximo desde fevereiro de 2022". Por outro lado, o clima económico travou pela primeira vez em 2023

A confiança dos consumidores portugueses voltou a aumentar em maio, tendo atingido “o valor máximo desde fevereiro de 2022”, segundo os dados divulgados pelo INE esta terça-feira. Em contrapartida, o clima económico caiu, depois de ter aumentado de janeiro a abril.

“O indicador de confiança dos Consumidores aumentou entre dezembro e maio, atingindo o valor máximo desde fevereiro de 2022, após ter registado em novembro o valor mais baixo desde o início da pandemia em abril de 2020”, adianta o gabinete de estatísticas.

Segundo os dados divulgados esta manhã, a confiança dos consumidores está nos -27, isto é, em máximos desde o início da invasão russa à Ucrânia. Em fevereiro de 2022, estava em -14,5.

Esta melhoria é explicada, sobretudo, pelo “contributo positivo das expectativas de evolução futura da situação económica do país e da situação financeira do agregado familiar”, bem como das “opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar”, sinaliza o INE. Ainda assim, “as perspetivas de evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias” contribuíram negativamente para este indicador.

“O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país aumentou significativamente em abril e maio, retomando a trajetória ascendente observada desde novembro de 2022, que havia sido interrompida em março, e renovando o valor máximo desde fevereiro de 2022. O saldo das perspetivas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar aumentou nos últimos dois meses, após ter diminuído ligeiramente em março, retomando o perfil positivo iniciado em novembro de 2022″, lê-se na mesma publicação.

No final de abril, o ministro das Finanças tinha enaltecido os indicadores “crescentemente positivos” sobre a evolução da economia portuguesa. Fernando Medina destacou o crescimento de 1,6% da economia no primeiro trimestre, em comparação com o último trimestre de 2022, ficando no topo do pódio da Zona Euro; que a inflação travou a fundo em abril, de 7,4% para 5,7%; e salientou precisamente os dados relativos à melhoria da confiança dos consumidores no país.

Clima económico trava, após quatro meses a subir

Em contrapartida, o indicador de clima económico diminuiu em maio, depois de quatro meses a subir. Segundo o INE, em maio o indicador de clima económico estava em 1,6, sendo que esta evolução foi penalizada pela diminuição da confiança em todos os setores inquiridos.

O INE assinala que o saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda “diminuiu expressivamente” entre novembro e maio na indústria transformadora, atingindo o valor mais baixo desde maio de 2020. No mesmo período, este saldo também diminuiu no comércio, “significativamente em maio”, atingindo o nível mais baixo desde abril de 2021.

Já na construção e obras públicas e nos serviços, depois de se terem verificado “reduções moderadas entre fevereiro e abril, os saldos de respostas diminuíram significativamente em maio, situando-se nos níveis mais baixos desde abril e outubro de 2021, respetivamente, salienta no mesmo documento.

Evolução do indicador de clima económico até maio de 2023
Fonte: INE

Entre os vários setores analisados, a indústria transformadora voltou a diminuir pelo segundo mês consecutivo, depois de ter aumentado “entre novembro e março”, penalizada por “todas as componentes, perspetivas de produção, apreciações relativas aos stocks de produtos acabados e opiniões sobre a evolução da procura global”.

Já no que toca ao setor da construção e obras públicas, o indicador de confiança diminuiu na sequência do “contributo negativo das perspetivas de emprego, uma vez que o saldo das apreciações sobre a carteira de encomendas aumentou”.

Por sua vez, a a confiança no setor do comércio caiu em maio “interrompendo o movimento ascendente iniciado em novembro”, penalizado pelo “contributo negativo de todas as componentes, opiniões sobre o volume de vendas, apreciações sobre o volume de stocks e perspetivas de atividade da empresa”.

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