“Pela dramática situação do abuso reafirmamos o nosso pedido de perdão”. Bispos emitem o aguardado pedido de desculpas

25 abr 2022, 17:47
Vaticano

Conferência Episcopal Portuguesa encoraja também "as pessoas que ainda procuram o momento mais apropriado para se referirem ao que nunca devia ter acontecido nas suas vidas, para que o façam"

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) emitiu esta segunda-feira um comunicado em que reafirma o “pedido de perdão” dos bispos. Esta era uma das principais queixas, que tinham sido feitas pelas vítimas da comissão independente para o estudo dos abusos sexuais de crianças na Igreja Católica que aguardavam um pedido de desculpas formal.

“Às pessoas que passaram pela dramática situação do abuso reafirmamos o nosso pedido de perdão, em nome da Igreja Católica, e o nosso empenho em ajudar a sarar as feridas”, pode ler-se.

No comunicado, os bispos salientam que continuam “empenhados em sarar as feridas” destas pessoas e deixam uma palavra de profunda gratidão a quem já se aproximou para contar a sua dura história, superando compreensíveis resistências interiores, marcadas certamente por feridas profundas”.

A CEP aproveita o momento para incentivas todos os que ainda não denunciaram casos de abusos a fazerem-no, lembrando que tal “nunca devia ter acontecido nas suas vidas”. Os bispos dizem-se ainda empenhados em reparar esta dor e que tudo farão para prevenir situações semelhantes.

“Estamos convosco: acompanhamos-vos na vossa dor, queremos ajudar a repará-la e tudo faremos para prevenir situações como as que tiveram de enfrentar”, realçam os bispos portugueses.

A comissão independente para o estudo dos abusos sexuais de crianças na Igreja Católica portuguesa tem como propósito "conhecer realidade dos abusos sexuais de crianças e adolescentes" praticados por membros ligados àquela instituição desde 1950 até 2022. A ação futura desta comissão envolve a recolha e o tratamento de testemunhos de vítimas, assim como perceber quando, como e por quem foram abusadas. "Dar voz ao silêncio" é o mote desta investigação.

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