Foi ministra das Finanças de Pedro Passos Coelho. Nome de Maria Luís Albuquerque tem agora de ser aprovado por Ursula von der Leyen.
Maria Luís Albuquerque é o nome que o Governo português vai propor para comissária europeia. "Deposito nela toda a confiança e toda a esperança", afirmou o primeiro-ministro esta quarta-feira numa declaração sem direito a perguntas.
"Este é um processo que vimos tratando com discrição e recato desde antes das eleições europeias de junho. A doutora Maria Luís Albuquerque é uma personalidade de reconhecido mérito académico, profissional, político e cívico. Desempenhou, entre outras, as atividades de docente universitária, secretária de Estado do Tesouro, ministra do Estado e das Finanças, deputada na Assembleia da República, além de várias funções no setor público, privado e social. Acumulou ainda durante vários anos uma vasta e interessante experiência junto das instituições europeias e muito junto também dos seus protagonistas", afirmou Luís Montenegro.
Segundo o primeiro-ministro, Maria Luís Albuquerque "é detentora de qualidades e competências extraordinárias que vão seguramente enriquecer a Comissão Europeia e prestigiar Portugal, mas que vão, sobretudo, estar ao serviço dos europeus".
"Numa altura em que entramos num novo ciclo da União Europeia, vocacionado para o estímulo do mercado interno, a competitividade da União Europeia, a definição de um novo quadro plurianual financeiro, a que se juntam desafios enormes nas áreas da segurança e defesa, bem como novos horizontes no alargamento da UE, é importante que cada Estado-membro disponibilize alguns dos seus melhores para trabalhar a bem de todos europeus", acrescentou.
Montenegro realçou ainda que, "como primeiro-ministro", considera que a ex-ministra das Finanças de Passos Coelho "honra esse perfil". "Pelo conhecimento direto e pessoal que tenho das capacidades dela, sei também que vai honrar Portugal", acrescentou.
"Deposito nela toda a confiança e toda a esperança de que seremos nós, portugueses, uma vez mais, um povo e uma nação que alavanca o reformismo e a ambição europeia de sermos o espaço no mundo onde há mais bem-estar e mais qualidade de vida, respeito pelo Estado de Direito e pela democracia e um Estado Social como salvaguarda da dignidade de cada ser humano", disse ainda.
De recordar que a 2 de julho de 2013, a escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois da saída de Vitor Gaspar, levou Paulo Portas, então ministro dos Negócios Estrangeiros de Passos Coelho, a apresentar a demissão "irrevogável".
Em cima da mesa estava, além do nome de Maria Luís Albuquerque - ex-ministra das Finanças de Passos Coelho entre 2013 e 2015 -, o de Miguel Poiares Maduro, ex-ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional no mesmo período.
Ursula Von Der Leyen pediu a entrega dos nomes propostos pelos Estados-membros até ao final do mês, para iniciar as entrevistas e escrutínio aos candidatos. Espera-se que apenas três dos atuais 27 comissários em funções sejam reconduzidos no cargo.
Tendo em conta a crise na habitação presente em vários países europeus - incluindo Portugal -, pode surgir também uma pasta dedicada a esse setor, de forma a "ajudar a desbloquear o investimento público e privado necessário”, como avançou von der Leyen no discurso de reeleição perante os eurodeputados.
Portugal teve até agora seis comissários europeus, dos quais quatro do PSD. Elisa Ferreira - desde 2019 comissária com a pasta da Coesão e Reformas - foi a única mulher portuguesa a exercer as funções.
