“Espero que Ministério Público avance com um inquérito”. Fernando Negrão sobre o caso que envolve o presidente do Novo Banco e o ex-presidente do Benfica

7 jan 2022, 18:58

Documentos da Operação Cartão Vermelho levaram investigadores a concluir que António Ramalho tentou preparar funcionários da instituição e o devedor Luís Filipe Vieira para as audições parlamentares. Social-democrata que presidia à Comissão de Inquérito às perdas do banco pede uma investigação

O deputado Fernando Negrão, que exerceu o cargo de presidente da Comissão de Inquérito às perdas registadas pelo Novo Banco, quer uma investigação às alegadas instrumentalizações feitas por António Ramalho, CEO do Novo Banco, a testemunhas que foram ouvidas pelos deputados.

Em causa estão documentos e escutas que constam da Operação Cartão Vermelho, reveladas pela CNN/TVI que levaram os investigadores a concluir que António Ramalho tentou preparar funcionários da instituição de um dos grandes devedores, no caso Luís Filipe Vieira, para as audições nessa comissão de inquérito.

“Espero que, se existirem indícios, que parece que há, o Ministério Público avance com um inquérito a isto”, pede Fernando Negrão, notando que podem estar em causa crimes como a obstrução da Justiça.

A investigação no âmbito daquela operação, e através de várias escutas realizadas, concluiu que o presidente executivo do Novo Banco instrumentalizou parte das audições daquela comissão parlamentar sobre as perdas que obrigaram o Estado a injetar milhões de euros no banco.

O deputado garante que por causa deste processo há até hipótese de se reabrir a Comissão de Inquérito que, entretanto, foi extinta, tendo em conta a existência “de fatos novos que alterem a situação”. “Na minha opinião, caso na Justiça se venha a provar que a eventual manipulação de testemunhas da parte de António Ramalho teve um efeito contrário aqueles que foram dados como certos, aí podia ser reaberta a comissão”.

Já se a Comissão Parlamentar de Inquérito não tivesse sido extinta, o deputado garante que podia enviar certidão para o Ministério Púbico, caso se verificasse que podia existir manipulação e declarações falsas. “Eu mandava logo tirar certidão e mandava para Ministério Público”.

 Seja como for, Fernando Negrão considera a situação “inaceitável”.

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