Cometa verde volta a passar pela Terra. A última vez foi há 50 mil anos, na Idade da Pedra

1 fev 2023, 12:26
Cometa verde (NASA/Dan Bartlett)

Ver o fenómeno a olho nu pode ser possível, mas extremamente difícil. Os especialistas aconselham o uso de telescópios ou um par de binóculos para ajudar a encontrar o corpo celeste

Foi visível pela última vez durante a Idade da Pedra e, esta quarta-feira, 50 mil anos depois, o cometa verde vai voltar a passar pela Terra.

Foi descoberto no passado dia 2 de março, através das câmaras de campo amplo do Zwicky Transient Facility no Observatório Palomar, em San Diego, Califórnia, e acabou por ser batizado de C/2022 E3 (ZTF), mas é mais conhecido como o cometa verde devido à cor que reflete.

O astro tem uma órbitra em redor do sol que passa pelos confins do Sistema Solar. Esta rota extremamente longa explica que tenha demorado 50 mil anos a voltar a passar pelo planeta azul, tal como explica a Sociedade Planetária.

Depois de ter feito a maior aproximação ao sol da sua história, no dia 12 de janeiro, o corpo celeste vai passar "próximo" da Terra - a cerca de 42 ou 44 milhões de quilómetros -, nos dias 1 e 2 de fevereiro, como explica a EarthSky. A aproximação ao planeta tem estado a ser transmitida em direto no Youtube, através de imagens do telescópio.

Mesmo no ponto da rota em que estará mais perto da estratosfera, o cometa verde vai estar a 100 vezes a distância entre a Terra e a Lua, como explica a CNN.

À medida a que o cometa se aproxima da Terra, poderá ser observado, sendo identificado por uma mancha verde ténue perto da estrela Polaris, também conhecida como estrela do Norte ou estrela Polar.

As cores dos corpos celestes diferem consoante a sua composição química e podem variar consoante as posições que vão ocupando ao longo da órbita, mas se está à espera que se vá iluminar em tons de esmeralda desengane-se, como explicou o diretor-executivo da Royal Astronomical Society [Sociedade Real de Astronomia na tradução], Robert Massey, à BBC.

"Se calhar leu em algum lado que vamos ter um objeto brilhante a iluminar o céu. Infelizmente, este não será o caso", disse Robert Massey, indicando que, apesar de "um pequeno par de binóculos poder ajudar a encontrá-lo", não será uma tarefa fácil. "Com sorte, vai ver um pouco da cauda, portanto, vai ser semelhante a um cometa clássico", antecipou o responsável da Sociedade Real de Astronomia.

O cometa verde será mais visível no Hemisfério Norte e poderá ser visto a olho nu dependendo da cor do céu na posição geográfica do observador. No Hemisfério Sul será praticamente impossível de distinguir, uma vez que ainda será de dia. Caso as nuvens ou o mau tempo dificultem a observação, o Virtual Telescope Project promete transmitir em direto a passagem do cometa verde pelo céu de Roma.

Para além da mancha verde, este ou qualquer outro cometa pode ser distinguido de uma estrela pela cauda de poeira e partículas causada pela velocidade a que se movimenta. Depois da Terra, seguir-se-á Marte, planeta onde o C/2022 E3 (ZTF) fará a maior aproximação no dia 10 de fevereiro.

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