Algumas destas estrelas das redes sociais têm milhões de seguidores. Acusação do Departamento de Justiça visa a empresa Tenet Media
A empresa americana Tenet Media, ligada a várias estrelas conservadoras das redes sociais dos EUA, foi acusada pelo Departamento de Justiça do país por ter recebido cerca de 10 milhões de dólares provenientes da Rússia.
De acordo com documentos revelados, vistos pela CNN Internacional, Kostyantin Kalashnikov e Elena Afanasyeva, funcionários da RT, meio de comunicação estatal da Rússia, entregaram quase 10 milhões de dólares, ou 9 milhões de euros, a uma empresa americana, identificada como “Company 1” nos documentos. A CNN Internacional confirmou que a “Company 1” se trata, de facto, da Tenet Media.
Alguns comentadores conservadores ligados a esta empresa são Tim Pool, Benny Johnson, Dave Rubin e Lauren Southern, todos com milhões de seguidores nas redes sociais.
O objetivo desta operação era promover e propagar conteúdo que favorecesse Donald Trump ou outra qualquer pessoa considerada amiga do Kremlin, diz a CNN Internacional, de modo a disseminar narrativas pró-russas.
Nas redes sociais, Pool e Johnson negaram ter conhecimento do caso. "Estamos perturbados com as alegações da acusação de hoje, que deixam claro que eu e outros influenciadores fomos vítimas deste alegado esquema", escreveu Benny Johnson no X.
A statement on the leaked DOJ indictment today:
A year ago, a media startup pitched my company to provide content as an independent contractor. Our lawyers negotiated a standard, arms length deal, which was later terminated. We are disturbed by the allegations in today’s…
— Benny Johnson (@bennyjohnson) September 4, 2024
"Se estas alegações se revelarem verdadeiras, eu, bem como as outras personalidades e comentadores, fomos enganados e somos vítimas. O programa [Timcast] é produzido na sua totalidade pela nossa equipa local sem a participação de ninguém externo à empresa", escreveu Pool, que entrevistou Trump em maio, na mesma rede social.
My statement regarding allegations and the DOJ Indictment
— Tim Pool (@Timcast) September 4, 2024
Should these allegations prove true, I as well as the other personalities and commentators were deceived and are victims. I cannot speak for anyone else at the company as to what they do or to what they are instructed…
A revelação desta informação faz parte de um plano da administração Biden, divulgado na quarta-feira, para denunciar e tomar medidas contra a influência russa no processo eleitoral americano. Também esta quarta-feira, a vice-procuradora-geral dos EUA, Lisa Monaco, revelou, em comunicado, que três empresas russas, às ordens de Vladimir Putin, criaram perfis falsos nas redes sociais para promover narrativas pró-Kremlin.
"As empresas russas Social Design Agency (SDA), Structura National Technology (Structura) e ANO Dialog, que operam sob a direção e o controlo da administração presidencial russa (...) utilizaram estes [32] domínios [apreendidos], entre outros, para difundir secretamente propaganda governamental russa com o objetivo de reduzir o apoio internacional à Ucrânia, reforçar as políticas e os interesses pró-russos e influenciar os eleitores nas eleições americanas e estrangeiras, incluindo as eleições presidenciais de 2024 nos EUA", pode ler-se na nota.