Exército aguarda conclusões para avaliar necessidade de adaptações ao curso de comandos

Agência Lusa , DCT
13 set 2022, 15:46
Recruta dos Comandos está entre a vida e a morte: como tudo aconteceu

O Exército informou esta segunda-feira que o militar do curso de comandos que realizou um transplante ao fígado continuava internado e estava “sujeito a meticulosas intervenções de acompanhamento”, sendo o único deste curso internado de um total de seis militares que precisaram de ser assistidos em hospitais

O Exército aguarda as conclusões do processo de averiguações aberto ao 138.º curso de comandos, “que deverão ser apuradas com brevidade”, para avaliar a necessidade de adaptações, após os recentes incidentes com militares hospitalizados.

Questionado pela agência Lusa sobre adaptações ao curso de comandos após os incidentes da semana passada que levaram um militar a ser sujeito a um transplante de fígado e a outras cinco intervenções em hospitais, o Exército lembra que “o referencial do curso de comandos foi reformulado na sequência do incidente de 2016, pelo que, desde esse ano, todos os cursos de comandos cumprem esse referencial”.

O ramo refere que o atual curso encontra-se interrompido, “até se obterem as conclusões do processo de averiguações e da inspeção técnica extraordinária, que deverão ser apuradas com brevidade, mas com a máxima precisão”.

“Apenas após o apuramento dessas conclusões se poderá aquilatar da necessidade de adaptações ao curso e, consequentemente, atualizar o respetivo referencial de curso”, lê-se na nota.

O Exército informou esta segunda-feira que o militar do curso de comandos que realizou um transplante ao fígado continuava internado e estava “sujeito a meticulosas intervenções de acompanhamento”, sendo o único deste curso internado de um total de seis militares que precisaram de ser assistidos em hospitais.

Na nota, o Exército indicou um total de seis intervenções em estabelecimento hospitalar no âmbito do 138.º curso: ao militar que está internado, a um segundo militar que sofreu uma interrupção respiratória e teve alta na semana passada, e ainda a quatro militares no Hospital das Forças Armadas, no polo de Lisboa, “decorrente da revista de saúde feita a todos os instruendos, em 08 de setembro”.

“Destes, um dos militares teve alta no próprio dia, dois obtiveram alta no dia 09 de setembro e um regressou ao seu domicílio no dia 10 de setembro, todos recuperados”, salientou.

Este sábado o Estado-Maior do Exército ordenou a interrupção do 138.º curso de comandos até ao apuramento do processo de averiguações àquela formação.

“Por determinação do General Chefe do Estado-Maior do Exército, encontram-se interrompidas as atividades do 138.º Curso de Comandos, até se apurarem, com brevidade mas com a máxima precisão, as conclusões do Processo Averiguações e da Inspeção Técnica Extraordinária aquela ação de formação militar”, divulgou o Gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército na altura.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse no domingo que o caso do militar internado em Lisboa parece ser "uma situação muito diferente" da ocorrida há seis anos, quando morreram dois jovens num exercício.

"Há um inquérito em curso mas pode acontecer que a situação seja muito diferente à anterior", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma visita à Feira do Livro de Lisboa.

Dylan da Silva e Hugo Abreu, na ocasião com 20 anos, morreram e outros instruendos sofreram lesões graves e tiveram de ser internados durante a “prova zero” (primeira prova do curso de Comandos), que decorreu em Alcochete, Setúbal, em 04 de setembro de 2016.

Oito oficiais, oito sargentos e três praças, todos dos Comandos, a maioria instrutores, foram acusados de abuso de autoridade por ofensa à integridade física. Segundo a acusação, os arguidos atuaram com “manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram nos ofendidos”.

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