Protesto de comunidade indígena causa 28 feridos na capital da Colômbia

Agência Lusa , AM
20 out 2022, 06:37
Ambulância na Colômbia (Fernando Vergara/AP)

Manifestantes pediam, de forma pacífica, alimentação e alojamento dignos, com eletricidade e água. Conflito começou quando polícia os tentou expulsar

Um protesto da comunidade indígena Embera, a exigir melhoria das condições de vida, acabou em confrontos com as forças de segurança que causaram 28 feridos, incluindo 14 agentes da polícia, na capital da Colômbia.

A manifestação reuniu no centro de Bogotá cerca de 200 indígenas, que vivem em alojamento temporário em La Rioja, um bairro da capital, desde 2020, altura em que foram expulsos das suas aldeias em Choco (noroeste) e Risaralda (centro-oeste) por grupos armados.

Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, as forças de segurança tentaram expulsar os manifestantes, incluindo mulheres grávidas e crianças, que se pediam, de forma pacífica, alimentação e alojamento dignos, com eletricidade e água.

Após a intervenção policial ter causado vários feridos, alguns grupos de manifestantes começaram a responder aos agentes com pedras e paus, de acordo com a imprensa colombiana.

As autoridades confirmaram a detenção de duas pessoas e divulgou as imagens de mais cerca de 20 pessoas procuradas, oferecendo uma recompensa até 50 milhões de pesos (mais de 10.500 euros) por informações que ajudem a identificar os responsáveis pela manifestação.

O Presidente colombiano, Gustavo Petro, visitou no hospital os agentes policiais que ficaram feridos e criticou os distúrbios, defendendo que “a ausência de diálogo sempre gera mais violência”.

A autarca de Bogotá, Claudia López, agradeceu o apoio do chefe de Estado, mas defendeu que as autoridades da capital têm sido as únicas a dar “refúgio e ajuda humanitária" aos indígenas Embera.

Lopez acusou o Governo da Colômbia de ser incapaz tanto de impedir que as comunidades indígenas sejam expulsas das duas terras como de “garantir um regresso seguro”.

A comunidade Embera acampou durante meses no Parque Nacional, no coração da capital, antes de ser transferida em maio para El Rioja, onde os indígenas alegam terem sido abandonados pelo Estado.

O Secretário do Governo de Bogotá, Felipe Jiménez, disse que foram criadas mesas de diálogo para ouvir as reivindicações dos Embera e “resolver rapidamente” o problema apresentado, mas que a comunidade continuou os protestos “e bloqueou a entrada e saída de vários edifícios da cidade”.

As populações indígenas da Colômbia são frequentemente vítimas de racismo e alvos de grupos armados financiados por narcotraficantes.

Segundo a Organização Nacional Indígena da Colômbia, pelo menos 2.200 membros da comunidade Embera foram deslocados pela violência.

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