O presidente da CMVM não quis adiantar em que fase está a ação de supervisão da CMVM, limitando-se a assegurar que a instituição está atenta a tudo o que é publicado
O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Laginha de Sousa, disse este sábado que a mediatização do caso da saída de Alexandra Reis da TAP não está a condicionar a atuação do supervisor do mercado de capitais.
Em janeiro, a CMVM anunciou estar a avaliar "com todo o cuidado" a informação prestada pela TAP sobre a saída de Alexandra Reis, acrescentando que caso houvesse uma contraordenação essa seria comunicada "o mais rápido possível".
Em entrevista à rádio Antena 1 e Jornal de Negócios, Laginha de Sousa não quis adiantar em que fase está a ação de supervisão da CMVM, limitando-se a assegurar que a instituição está atenta a tudo o que é publicado e que possa constituir uma mais-valia para o processo.
“Não somos indiferentes àquilo que se passa à nossa volta, mas isso não é no sentido de nos condicionar. É no sentido de perceber se há às vezes aspetos que nos possam estar a faltar”, referiu.
O presidente da CMVM esclareceu ainda que a função do supervisor não é avaliar se a decisão que foi tomada pela empresa foi boa ou má, mas sim assegurar que os investidores "têm a informação que lhe permita avaliar tudo aquilo que entender relevante e tomar as suas decisões”.
Já em relação à atuação da CMVM neste processo, Laginha de Sousa garantiu que o regulador do mercado tem “tudo muito bem documentado” e que as decisões são tomadas “à luz da melhor interpretação e da melhor informação disponível”.
Na primeira audição na comissão de Orçamento e Finanças no parlamento como presidente da CMVM, em janeiro, Laginha de Sousa foi questionado várias vezes sobre a informação prestada pela TAP ao regulador do mercado financeiro sobre a saída de Alexandra Reis, pois a companhia aérea comunicou apenas a renúncia da administradora na informação ao mercado, quando posteriormente se soube que houve uma negociação para a saída.
As respostas vagas do responsável desagradaram vários deputados que iam repetindo a pergunta sobre a ação da CMVM no caso e se considerava que foi prestada informação errada pela TAP.
"A informação disponível não era a que devia estar. Depois, as consequências que pode ter ou não em termos de contraordenação é uma análise que tem de ser feita com todo o cuidado", afirmou Laginha de Sousa, acrescentando que não pode entrar no caso em concreto pelo sigilo a que a CMVM está sujeita, mas que esta "não demorará mais do que o estritamente necessário" a tomar uma decisão.