Claudia Sheinbaum venceu as eleições mais sangrentas da história do México
É uma mensagem breve, intitulada friamente "Presidente da República felicitou a Presidente eleita do México": "O Presidente da República enviou uma mensagem de felicitações à Presidente eleita dos Estados Unidos Mexicanos, Claudia Sheinbaum, a primeira mulher na história daquele país a ocupar o cargo de Chefe de Estado, transmitindo votos de sucesso, bem como de desenvolvimento e aprofundamento dos laços de amizade e cooperação que unem Portugal e o México, tanto a nível bilateral como do espaço ibero-americano", revelou esta segunda-feira a Presidência da República.
Conhecida como “La Doctora” pelas suas brilhantes credenciais académicas, Claudia Sheinbaum é uma física com um doutoramento em engenharia da energia, antiga presidente da câmara de uma das cidades mais populosas do mundo e fez parte do painel de cientistas climáticos das Nações Unidas que recebeu o Prémio Nobel da Paz.
Este domingo, tornou-se a primeira mulher e a primeira judia a ser eleita presidente do México. Obteve cerca de 60% dos votos na maior eleição da história do México, marcando um feito histórico num país maioritariamente católico, conhecido pela sua cultura profundamente patriarcal.
A violência tem estado presente nestas eleições, as mais sangrentas da história do México. Dezenas de candidatos e candidatas foram mortos por organizações criminosas que tentam influenciar os que chegam ao poder.
A taxa de homicídios do México está entre as mais altas do mundo e mais de 100.000 pessoas continuam desaparecidas no país. O México continua também a ser um lugar perigoso para ser mulher, com taxas de feminicídio elevadíssimas para a região - com números que mostram que cerca de 10 mulheres são assassinadas todos os dias.