Universidade do Porto desenvolve soalho flutuante utilizando biomassa das florestas

Agência Lusa , DCT
9 dez 2021, 16:02
Universidade do Porto

Esta inovação irá permitir “usar o que se obtém da limpeza das florestas para criar estes aglomerados”, explica o professor Joaquim Esteves Silva

O Laboratório de Ambiente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto criou uma “receita” de soalho flutuante através de resíduos da limpeza das florestas, valorizando estes materiais que aumentam o risco de incêndios florestais.

A fórmula foi criada por encomenda de uma empresa da Póvoa do Lanhoso, no distrito de Braga, que irá agora ampliar a sua produção a grande escala e comercializar este piso sustentável.

Esta inovação vai permitir “usar o que se obtém da limpeza das florestas para criar estes aglomerados”, explica Joaquim Esteves Silva, docente do Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território (DGAOT) da Faculdade de Ciências da Universidade de Imprensa, citado em nota de imprensa enviada à Lusa.

O responsável pelo trabalho de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico Greenwood Composite destaca ainda que se está “a criar um produto sustentável e a contribuir para a descarbonização” ao utilizar materiais que aumentam “o risco de incêndio florestal” e que se podem “decompor em dióxido de carbono”.

A empresa realça na sua página que “a comercialização de novos aglomerados de madeira provenientes da biomassa florestal portuguesa” permitirá “valorizar as vendas” e contribuirá “também para a economia nacional, importando menos madeira e seus derivados, e consequentemente para a economia europeia”, porque se “pretende produzir um novo produto com aplicações diversas, como os revestimentos de paredes, pavimentos, mobiliário, decoração, etc”.

O processo para chegar até ao produto final passa por extrair a água do material recolhido, que, depois de seco e moído, vai a uma prensa e é utilizada uma cola aglomerante, detalha o investigador.

Este projeto foi financiado pelo programa Portugal 2020 e é já a segunda parceria entre esta empresa e a Faculdade de Ciências do Porto, que produziu madeira que brilha no escuro, introduzindo materiais fosforescentes.

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