Grupo de hacktivistas ameaça continuar ataques às estruturas informáticas do partido. "Estamos em todo o lado, desde Moscovo à Quinta da Atalaia. Nada nem ninguém vos irá proteger no ciberespaço.”
O site do Partido Comunista Português está inacessível desde cerca das 06:00, depois de ter voltado a sofrer um ciberataque por parte de ativistas pró-Ucrânia, que acusam as plataformas do partido de normalizar “a violação dos Direitos Humanos”, de “intoxicar a população promovendo a desinformação” e de não merecer o 25 de Abril. A página da juventude comunista também foi afetada pelo ataque.
Num manifesto enviado à CNN Portugal intitulado “Operação PCP”, o grupo de hacktivistas acusa o PCP de virar as costas “à casa da Democracia” e tentar “silenciar o presidente Zelensky” e acusam o partido comunista trair a confiança dos que votaram no partido, classificando como “insanidade” a negação de uma invasão militar, numa referência à posição do secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa, que classificou a guerra na Ucrânia como “um conflito”.
“Traíram o vosso legado político de luta pela liberdade. Rasgaram o tratado de antifascismo e anti-imperialismo. Traíram todos aqueles que vos confiaram o voto. Negar uma invasão não é política, é insanidade. Este PCP não merece o 25 de Abril!”, pode ler-se no documento.
O grupo de hackers recorda ainda que “a Ucrânia está a sofrer e o povo ucraniano está a morrer” e ameaça que os ataques às estruturas informáticas do partido poderão continuar.
“Sem aviso e quando necessário vamos neutralizar os websites do PCP. Estamos em todo o lado, desde Moscovo à Quinta da Atalaia. Nada nem ninguém vos irá proteger no ciberespaço”, ameaçam os piratas informáticos.
De relembrar que o site do PCP foi alvo de um ataque informático levado a cabo por este mesmo grupo no dia 8 de abril, afetando também várias páginas de órgãos ligados com o PCP, como a Juventude Comunista Portuguesa (JCP) e o jornal oficial do partido (Avante).
