Banco Central Europeu não antecipa mexida nas taxas de juro

7 fev 2022, 17:05
Christine Lagarde - Banco Central Europeu

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) garantiu esta segunda-feira que "qualquer ajustamento" à política monetária será gradual, assegurando salvaguardas contra "um aumento prematuro das taxas de juro", numa altura de incerteza devido à inflação

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reafirmou, esta segunda-feira, que a taxa de juro diretora não deve subir para já, sublinhando que a instituição vai focar-se em reduzir os programas de compra de ativos. “Qualquer ajuste na nossa política seria gradual”, garantiu a Lagarde, que voltou a alertar que, apesar de tudo, “o risco da inflação mentém-se particularmente inclinado para a subida, no curto prazo”, em videoconferência numa audição na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Assegurando que "uma subida da taxa não ocorrerá antes do fim das compras de ativos", a responsável apontou existirem "três condições que terão de ser cumpridas antes que o Conselho do BCE se sinta suficientemente confiante de que uma subida é apropriada".

"As três condições destinam-se a servir de salvaguarda contra um aumento prematuro das taxas de juro", indicou, sem precisar.Além disso, "a nossa política monetária é sempre dependente de dados e isto é ainda mais importante na situação que enfrentamos neste momento, [pelo que] nos manteremos atentos aos dados recebidos e avaliaremos cuidadosamente as implicações para as perspetivas de inflação a médio prazo", elencou a responsável, aludindo à elevada inflação, 'empurrada' pelos altos custos da energia e os problemas de fornecimento em altura de tensão geopolítica.

Christine Lagarde exemplificou ainda: "Se tomássemos medidas de política monetária como pôr fim à compra de ativos e de subida rápida das taxas de juro, isso teria de imediato um impacto nos preços da energia? Não creio".

Além disso, "a nossa política monetária é sempre dependente de dados e isto é ainda mais importante na situação que enfrentamos neste momento, [pelo que] nos manteremos atentos aos dados recebidos e avaliaremos cuidadosamente as implicações para as perspetivas de inflação a médio prazo", elencou a responsável, aludindo à elevada inflação, 'empurrada' pelos altos custos da energia e os problemas de fornecimento em altura de tensão geopolítica.

Christine Lagarde exemplificou ainda: "Se tomássemos medidas de política monetária como pôr fim à compra de ativos e de subida rápida das taxas de juro, isso teria de imediato um impacto nos preços da energia? Não creio".

Comparando a política monetária europeia com a norte-americana, quando questionada por um eurodeputado sobre as diferentes posturas relacionadas com as taxas de juro, Christine Lagarde vincou que a da zona euro incide sobre "uma abordagem passo a passo". 

Recorde-se que, após a reunião do Conselho de Governadores, no dia 3 de janeiro, Christine Lagarde disse em conferência de imprensa que a taxa de inflação de 5,1% em janeiro na zona euro foi uma surpresa e que se deve a "custos com a energia mais elevados, que aumentam os preços em muitos setores" e a preços dos alimentos mais altos, algo que voltou a sublinhar esta segunda-feira.

“O que é que está por detrás dos atuais elevados números da inflação? Mais de 50% corresponde aos atuais preços dos combustíveis, para além disso, temos graves problemas na cadeia de abastecimento, que têm sido cruciais a esse respeito”, explicou.

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