Christine Lagarde aponta a invasão da Rússia à Ucrânia e a pandemia como fatores que contribuem diretamente para a subida dos preços
Na semana em que o Banco Central Europeu (BCE) aumentou a taxa de juro, Christine Lagarde não descarta novas subidas, mas acredita que a inflação regressará, entretanto, ao objetivo de 2%.
“Estamos unidos no compromisso de assegurar que a inflação regressa ao nosso objetivo de 2% a médio prazo”, escreve num artigo de opinião assinado no jornal Público. “Continuaremos a aumentar as taxas de juro, enquanto for necessário, para fazer a inflação regressar ao nosso objetivo a médio prazo”.
O BCE decidiu esta quinta-feira aumentar as taxas de juro da zona euro em 0,5 pontos percentuais, a primeira subida em mais de uma década e que culminou no fim de um período de oito anos de taxas negativas, como destaca a presidente do organismo.
Com esta medida, a par da descontinuação do programa de compra de obrigações no contexto da pandemia e da suspensão do programa de aquisição de obrigações, Lagarde garante que o BCE está a “transmitir uma mensagem clara às empresas, aos trabalhadores e aos investidores: a inflação regressará ao nosso objetivo de 2% a médio prazo”.
“Estas medidas já estão a ter impacto nas taxas de juro no conjunto da área do euro, o que ajudará a guiar a economia no sentido de um retorno a preços estáveis”, frisa.
Christine Lagarde aponta a invasão da Rússia à Ucrânia e a pandemia como fatores que contribuem diretamente para a subida dos preços, resultando numa inflação “impulsionada por fatores que os bancos centrais não podem controlar”, mas reconhece que “esta situação prejudica as pessoas e as empresas na área do euro, em especial as que têm rendimentos baixos”.
No que diz respeito à estabilidade dos preços, uma das prioridades destacadas, a presidente do BCE aborda o “Instrumento de Protecção da Transmissão”, que, explica, “salvaguardará a unicidade” da política monetária “de 19 países – em breve, 20” e, “desse modo, ajudar-nos-á a assegurar que os preços permanecem estáveis no médio prazo”.
Esta semana, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, já tinha alertado que estão a aumentar as pressões sobre a inflação e que esta “vai manter-se alta durante bastante tempo”, num momento em que a economia desacelera.