As cinco acusações nunca foram investigadas pelas autoridades portuguesas
Christian Brückner, principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, foi absolvido das acusações de cinco crimes de violação e abuso sexual cometidos em Portugal, avança a BBC.
O homem, de 47 anos, que já cumpre pena de sete anos de prisão na Alemanha por crimes de violação, foi absolvido esta terça-feira das cinco acusações pelas quais estava a ser julgado, nomeadamente três violações e dois casos de abuso sexual sobre crianças, alegadamente cometidos em Portugal entre 2000 e 2017.
Estes cinco casos nunca foram investigados pelas autoridades portuguesas. Entre eles, está o assédio de uma criança britânica de dez anos na praia da Salema, um mês antes de Madeleine ter desaparecido a poucos quilómetros de distância. Brückner foi também julgado pelo crime de violação da irlandesa Hazel Behan, na Praia da Rocha, em Portimão, três anos antes do desaparecimento da criança britânica.
Apesar de não ter sido formalizada qualquer acusação, Brückner foi apontando em junho de 2020 como o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, em 2007, no Algarve, onde a menina passava férias com os pais.
Ao longo deste julgamento, que começou em fevereiro, o procurador do tribunal de Braunschweig, Hans Christian Wolters, tem vindo a responsabilizar Brückner pelo desaparecimento da criança, alegando ter "evidências concretas" que provam isso mesmo, sem precisar quais são essas mesmas evidências.
Na segunda-feira, a defesa de Brückner argumentou que a absolvição era "o único resultado correto do caso", uma vez que nunca foram identificadas as duas das vítimas do crime de violação.
Brückner vai continuar preso até setembro de 2025 por ainda estar a cumprir uma pena por violação enquanto prossegue a investigação sobre a sua implicação no desaparecimento de Madeleine McCann.