Unidade de elite que matou Bin Laden prepara invasão da China a Taiwan

12 set, 09:43
Exercício das forças especiais dos EUA (Getty Images)

Forças norte-americanas acreditam que uma guerra no território pode acontecer nos próximos três anos. Nesse caso os Estados Unidos estão obrigados a defender o pequeno território

A Seal Team 6 está habituada a trabalhar em cenários que pouco depois dão filmes. Quem acompanha os festivais de cinema lembra-se de “00:30: Hora Negra” ou de “Capitão Phillips”, que retratavam, respetivamente, a operação que culminou na morte de Osama Bin Laden e o resgate do capitão Richard Phillips, que foi feito refém por piratas da Somália.

Agora, esta equipa da Marinha norte-americana tem uma nova missão: ensaiar uma eventual ajuda a Taiwan num cenário de invasão por parte da China, hipótese que a pequena ilha coloca como cada vez mais possível.

De acordo com o Financial Times, esta unidade clandestine, a quem são regularmente atribuídas as mais difíceis e sensíveis operações, está a planear e a treinar para um conflito em Taiwan há mais de um ano em Dam Neck, na praia da Virginia, na costa este dos Estados Unidos.

Uma preparação que confirma como uma eventual entrada da China em Taiwan é, cada vez mais, um receio efetivo dos Estados Unidos, que se têm mantido firmes na dissuasão a Pequim e na mensagem de que não vão deixar aquele território desprotegido, até porque, apesar de ser uma pequena ilha, ali joga-se uma importante rota comercial que Washington D.C. não quer ver nas mãos de Pequim.

Essa preocupação tornou-se mais efetiva desde que o comandante das forças norte-americanas no Indo-Pacífico, Phil Davidson, afirmou, em 2021, que esta invasão podia ocorrer nos próximos seis anos, numa janela de tempo que se fecha em breve.

Mesmo admitindo que este conflito “não está iminente nem é inevitável”, as forças dos Estados Unidos decidiram acelerar todas as preparações para reagirem a uma ação efetiva do Exército de Libertação Popular. E isso teria sempre de passer pelo envolvimento da Marinha, até porque a China é o país com mais poder naval em todo o mundo.

Por isso mesmo foi decidido envolver a Seal Team 6, unidade military de elite, nestas operações, nas quais também participa a Força Delta.

Sobre as operações e os cenários que estão a ser desenhados nada se sabe. Os Estados Unidos enviaram várias forças especiais nos últimos anos para missões em Taiwan, mas o envolvimento da Seal Team 6 acrescenta um outro nível de secretismo. Do Pentágono, e segundo informações dadas pelo Comando de Operações Especiais, sabe-se apenas que esta unidade está a “preparar e a treinar uma série de contingências”.

Numa disputa diplomática tensa, a China continua a dizer que tem como objetivo uma “reunificação” pacífica, o que implica a integração total dos territórios de Taiwan e Hong Kong. No primeiro caso, os Estados Unidos têm a obrigação, através de um acordo militar, de proteger a ilha.

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