"Óbvia provocação". China impõe sanções a vice-ministra lituana após visita a Taiwan

Agência Lusa , HCL
13 ago 2022, 08:13
Agne Vaiciukeviciute

Vaiciukeviciute realizou uma visita oficial de cinco dias a Taiwan, algo que o ministério chinês considera ter “violado” o princípio “uma só China”

A China anunciou este sábado sanções contra a vice-ministra dos Transportes e Comunicações lituana e a suspensão da cooperação com a Lituânia nessas áreas, após Agne Vaiciukeviciute ter visitado Taiwan esta semana.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que decidiu interromper "todo e qualquer intercâmbio" com o Ministério dos Transportes e Comunicações lituano, bem como a cooperação com o país europeu no domínio do transporte rodoviário internacional.

O comunicado, citado pela imprensa estatal chinesa, não refere que tipo de sanções serão impostas a Vaiciukeviciute. Em casos semelhantes, as sanções incluíram a proibição de entrar na China continental, Hong Kong e Macau e de fazer negócios no mercado chinês.

 

 

Vaiciukeviciute realizou uma visita oficial de cinco dias a Taiwan, algo que o ministério chinês considera ter “violado” o princípio “uma só China”, interferido em assuntos internos e afetado a soberania e integridade territorial do país.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros classificou como "uma óbvia provocação" a visita da vice-ministra à ilha, que se juntou a deslocações da vice-ministra da Economia e Inovação lituana e do vice-ministro da Agricultura lituano, em Junho.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, prometeu esta semana que o país iria responder “de forma resoluta” ao que chamou de provocações de “certas pessoas da Lituânia", tendo acusado o país báltico de agir com "aparente má-fé".

Analistas citados pelo jornal oficial chinês Global Times avisaram que, "se continuar no caminho errado", a Lituânia poderá enfrentar consequências maiores, incluindo a rutura das relações diplomáticas, e disseram que as sanções são também um claro aviso a outros países.

As relações entre a Lituânia e a China deterioraram-se em 2021, após as autoridades do país europeu terem permitido a abertura de um “Escritório de Representação de Taiwan” em Vílnius, algo que provocou a fúria de Pequim.

Em maio de 2021, a Lituânia abandonou um fórum apoiado pela China com o objetivo de reforçar as relações com os países do Leste Europeu, originalmente denominado como fórum "17+1".

O número de parceiros europeus caiu para 14 na sexta-feira, com a Letónia e Estónia a anunciarem que irão também abandonar o fórum.

A China considera Taiwan uma província rebelde, desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.

O governo chinês impôs também sanções a Nancy Pelosi e suspendeu o diálogo com Washington em áreas-chave, como a defesa e mudanças climáticas, em retaliação à visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos a Taiwan em 03 de agosto.

Após a visita de Pelosi, Pequim anunciou manobras militares de uma intensidade inédita em várias décadas ao redor da ilha, que duraram quase uma semana, incluindo o bloqueio do espaço aéreo e marítimo em seis áreas da costa de Taiwan.

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