China lança “múltiplos mísseis balísticos” à volta de Taiwan

CNN Portugal , AM com Lusa
4 ago 2022, 11:29
China faz testes militares (AP Photo/Huizhong Wu)

 

 

"Toda a missão de treinamento de tiro real foi concluída com sucesso e o controle da área aérea e marítima relevante agora foi suspenso", disse o comunicado.

As forças armadas chinesas dispararam esta quinta-feira de manhã "múltiplos mísseis balísticos" nas águas que circundam a ilha de Taiwan, disse o Ministério da Defesa local, condenando "ações irracionais que minam a paz regional". As manobras militares surgem em resposta à visita a Taiwan da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, vista pela China como uma grave provocação.

“O Ministério da Defesa nacional declara que o Partido Comunista Chinês disparou vários mísseis balísticos ‘Dongfeng’ nas águas circundantes do nordeste e sudoeste de Taiwan às 13:56 [06:56 em Lisboa]”, anunciou o Governo de Taiwan, em comunicado.

Os mísseis caíram perto das ilhas de Matsu, Wuqiu, Dongyin, no Estreito de Taiwan, mas localizadas mais perto do continente do que da ilha principal de Taiwan.

O Exército Popular de Libertação da República da China também confirmou o lançamento de mísseis, explicando ter-se tratado de “um ataque com mísseis convencionais multirregionais e de vários modelos em águas predeterminadas da parte leste da ilha de Taiwan”.

“Toda a missão de treino de fogo real foi concluída com sucesso e o controlo da área aérea e marítima relevante foi suspenso. Todos os mísseis atingiram o alvo com precisão”, adiantou a mesma fonte.

A televisão estatal chinesa, a CCTV, já tinha anunciado, hoje de manhã, que a China ia dar início a exercícios militares, com fogo real, nas imediações de Taiwan, acrescentando que a operação vai durar até domingo.

China 'imitou' Coreia do Norte

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan afirmou que a China "imitou" a Coreia do Norte ao lançar mísseis balísticos para as águas à volta da ilha e pediu aos militares autocontrolo perante a tensão com Pequim.

Segundo o The Guardian, Joseph Wu disse ainda que condena firmemente as ações e pediu à comunidade internacional que se una e condene as ameaças militares da China, apelando ainda aos outros países para que continuem a apoiar democraticamente Taiwan.

Perante o lançamento de mísseis, o Conselho de Assuntos do Continente de Taiwan, o órgão governamental que administra o relacionamento de Taiwan com a República Popular da China, afirmou que os exercícios chineses “não vão mudar o facto de que os dois lados não pertencem um ao outro”.

Citado pela Reuters, o mesmo órgão governamental diz ainda que “estará em alerta máximo para a guerra psicológica” e garante que o “uso da força não vai resolver os problemas e os desacordos”.

O Governo chinês respondeu nos últimos dias com sanções económicas a Taiwan. Washington tem também um porta-aviões e outro equipamento naval na região.

O início das manobras militares da China levou o Ministério da Defesa de Taiwan a afirmar que se está a preparar para a guerra.

Pequim reclama a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.

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