China envia dezenas de aviões de guerra para Taiwan pelo segundo dia consecutivo

CNN Portugal , com LUSA
9 abr 2023, 07:57
Aeronave chinês realiza uma manobra de reabastecimento no ar num local não especificado (CCTV via AP)

O exército chinês simulou ataques de precisão contra alvos-chave na ilha e nas águas circundantes.

Taiwan detetou hoje 11 navios de guerra e 70 aviões chineses à volta da ilha, declarou o Ministério da Defesa, a propósito da simulação de “cerco total” que a China está a levar a cabo pelo segundo dia.

O ministério disse ainda que estava a responder aos exercícios chineses “de forma calma e composta”, acrescentando que os aviões de guerra detetados até às 16:00 horas locais (08:00 GMT) eram aviões de combate e bombardeiros.

De acordo com a televisão estatal chinesa CCTV, citada pela Reuters, o exército chinês simulou ataques de precisão contra alvos-chave na ilha e nas águas circundantes.

O exército chinês anunciou no sábado dois dias de manobras militares de "preparação para o combate" no estreito de Taiwan, na sequência da passagem da líder da ilha pelos Estados Unidos, afirmando ainda que na segunda-feira realizará exercícios com fogo real.

No sábado, o Ministério da Defesa de Taiwan disse ter detetado nove navios de guerra e 71 aviões militares em redor da ilha, nomeadamente caças, além de meios de abastecimento e de bloqueio.

As manobras foram anunciadas e lançadas depois do encontro entre a líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA, Kevin McCarthy, na quarta-feira, reunião à qual Pequim prometeu responder com medidas "firmes e enérgicas".

O objetivo é estabelecer a capacidade da China de "assumir o controlo do mar, do espaço aéreo e da informação (...) a fim de criar uma dissuasão e um cerco total" de Taiwan, disse, no sábado, a televisão estatal chinesa.

Pequim alerta que os exercícios são "um aviso sério" às forças separatistas

A China alertou que estes exercícios "servem como um aviso sério contra a conivência entre forças separatistas que procuram a 'independência de Taiwan' e forças externas, bem como contra atividades provocatórias", advertiu um porta-voz do exército chinês, Shi Yi.

Tsai denunciou o "expansionismo autoritário" da China, no sábado, e disse que Taiwan ia "continuar a trabalhar com os EUA e outros países (...) para defender os valores da liberdade e da democracia", enquanto Washington voltou a apelar para a manutenção do 'status quo', garantindo "estar confiante nos recursos e capacidades suficientes [dos EUA] na região para assegurar a paz e a estabilidade".

A China está descontente com a aproximação, nos últimos anos, entre as autoridades taiwanesas e os EUA, que, apesar da ausência de relações oficiais, fornecem à ilha apoio militar substancial.

Washington reconheceu a República Popular da China em 1979 e, em teoria, não devia manter qualquer contacto oficial com a República da China (nome oficial de Taiwan), ao abrigo do "princípio de uma só China", defendido por Pequim.

A China considera Taiwan, com 23 milhões de habitantes e autónoma desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, como uma província a reunificar com o resto do território.

Relacionados

Ásia

Mais Ásia

Patrocinados