Ministro da Defesa da Finlândia alerta que, “se houver algum tipo de conflito militar na região Indo-Pacífico, causado pela China, a Rússia estará, de alguma forma, envolvida"
O ministro da Defesa da Finlândia, Anti Häkkänen, alerta para os riscos do aprofundamento das relações entre a Rússia e a China, defendendo que o fim do conflito na Ucrânia é fundamental para conter Xi Jinping no Indo-Pacífico.
“A China está a observar”, avisa Antti Häkkänen, numa entrevista ao Guardian, apelando aos líderes do Ocidente para que mostrem “ainda mais determinação” no apoio à Ucrânia. Até porque, diz, “não se trata apenas da Ucrânia”. “Trata-se de lutar contra a violência, contra a guerra, e isso é também um sinal para a China e para a região do Indo-Pacífico.”
O ministro da Defesa da Finlândia - país que partilha com a Rússia uma fronteira terrestre de mais de 1.300 quilómetros - acredita que, “se houver algum tipo de conflito militar na região Indo-Pacífico, causado pela China, a Rússia estará, de alguma forma, envolvida”.
Especialistas em política externa acreditam que a China, que considera Taiwan parte do seu território, pretende tomar medidas militares contra a independência da ilha já em 2027, numa altura em que se verifica um aumento da atividade militar no Estreito de Taiwan e no Mar do Sul da China.
“Vemos agora que a Rússia, com os seus próprios recursos, não consegue continuar este tipo de guerra, mas a China está a ajudá-la bastante”, sublinha o ministro, apontando que Xi Jinping “está a dar muito dinheiro” para estimular a economia russa, seja através da importação de energia russa, seja na cooperação industrial.
As declarações do ministro finlandês coincidem com a visita oficial do presidente dos EUA à Coreia do Sul, a propósito da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), estando previsto na quinta-feira um encontro bilateral entre Donald Trump e Xi Jinping, em plena guerra comercial.