Mulheres aos 55, homens aos 63. China vai aumentar idade da reforma pela primeira vez desde 1978

13 set, 09:31
Trabalho na China (Vincent Thian/AP)

Pressão no sistema de Segurança Social e subida constante da esperança média de vida obriga autoridades a reagir

Há uns anos o problema da China era ter gente a mais a nascer. Agora essas pessoas cresceram e o governo começa a enfrentar um outro problema: a sustentabilidade da Segurança Social.

Por isso mesmo, e pela primeira vez desde 1978, a China vai aumentar a idade da reforma, estabelecendo diferenças entre três classes.

De acordo com a proposta aprovada pelo mais alto órgão legislativo chinês, citado pela agência Xinhua, a subida da esperança média de vida é o principal fator para esta decisão. É que, se em 1960 este valor era de 44 anos, em 2021 era já de 78 anos, esperando-se que suba para lá dos 80 por volta de 2050.

Em paralelo, e como acontece nos sistemas mais desenvolvidos e com pirâmide demográfica invertida, a população trabalhadora que suporta os custos de pagamento de reformas também está a diminuir.

Assim, e de acordo com a proposta, um cidadão chinês vai passar, já em 2025 a ver a idade da reforma aumentar entre três e cinco anos. A diferença está no sexo do trabalhador e no tipo de função que desempenha.

Assim, os homens vão todos ver a sua idade de reforma passar dos 60 para os 63 anos. Já as mulheres têm uma divisão: aquelas que trabalham como executivas veem a idade da reforma aumentar de 55 para 58 anos, enquanto as trabalhadoras da classe operária têm o maior aumento, de 50 para 55 anos.

A ideia das autoridades chinesas é estender a população empregada, uma vez que já há várias províncias chinesas a enfrentar problemas de sustentabilidade nos seus sistemas. Ainda se tentou adiar o pagamento de reformas ou pedir às pessoas que ficassem mais tempo nos seus postos, mas essas medidas começam a ser malvistas.

Depois de os meios de comunicação terem começado a noticiar as possíveis mudanças, ainda a 10 de setembro, vários chineses invadiram as redes sociais a mostrarem desagrado. E não apenas por terem de trabalhar mais anos, mas também por temerem que o mercado possa ficar saturado, já que vai haver mais gente à procura do mesmo número de lugares.

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