China quer trabalhar com as Honduras para "salvaguardar interesses dos países em desenvolvimento"

Agência Lusa , CF
28 mar 2023, 08:26
Xi Jinping

Xi Jinping convidou Xiomara Castro a visitar a China o “mais brevemente possível” para “desenharem em conjunto” um plano para as relações bilaterais

A China quer trabalhar com as Honduras para “salvaguardar conjuntamente os interesses dos países em desenvolvimento” e “construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade”, disse esta terça-feira o vice-Presidente chinês.

Estes dois objetivos, sempre presentes no roteiro diplomático de Pequim, foram abordados na reunião, em Pequim, entre Han Zheng e o ministro dos Negócios Estrangeiros das Honduras, Eduardo Reina.

No encontro, Han transmitiu calorosas saudações e votos de felicidades do Presidente chinês, Xi Jinping, à homóloga hondurenha, Xiomara Castro, noticiou a agência oficial chinesa Xinhua.

Xi convidou Castro a visitar a China o “mais brevemente possível” para “desenharem em conjunto” um plano para as relações bilaterais, dentro da “grande importância” que o líder chinês atribui ao relacionamento entre os dois países, indicou.

De acordo com Han, a China está disposta a trabalhar com o país da América Central para desenvolver a coordenação e cooperação em questões internacionais.

Em resposta a Taipé, que condenou no domingo a “diplomacia do dólar” de Pequim, a China disse que o estabelecimento das relações oficiais com as Honduras foi feito “sem contrapartidas”.

“Não houve pré-requisitos para o estabelecimento das relações diplomáticas”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, acrescentando que a decisão de Tegucigalpa “foi baseada no respeito pelo princípio ‘Uma China’”.

Laços entre Taiwan e Honduras romperam-se em março

Xiomara Castro, anunciou, em meados de março, através da rede social Twitter, que tinha pedido a Reina para estabelecer relações diplomáticas com a China.

Isto acarretou automaticamente um rompimento dos laços com Taiwan.

Situada no Oceano Pacífico, a mais de 100 quilómetros da China continental, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek, após a Segunda Guerra Mundial.

Depois de a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, o regime que passou então a vigorar no continente chinês.

A China considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força para assumir controlo sobre a ilha.

Honduras e Taiwan mantiveram uma relação de cooperação em assuntos militares, ensino e economia. A ilha financiou projetos de ajuda técnica e agrícola e também deu bolsas de estudo a centenas de estudantes hondurenhos nas suas universidades.

Taiwan mantém relações diplomáticas com Guatemala, Cidade do Vaticano, Haiti, Paraguai, Essuatíni, Tuvalu, Nauru, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, Belize, Ilhas Marshall e Palau.

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