As regras de etiqueta no que toca a reclinar os assentos tem sido controverso e já ultrapassam as viagens de avião
O contínuo debate sobre se é aceitável reclinar o assento durante uma viagem sofreu uma reviravolta na província de Hunan, na China, depois de um homem ter sido multado por se inclinar para trás num comboio.
Documentos judiciais divulgados em novembro mostram que as autoridades viram com maus olhos o incidente de março de 2022, durante o qual um estudante universitário, identificado apenas pelo apelido Wang, ficou com o portátil danificado quando estava a bordo de um comboio com destino à cidade de Wuhan.
Wang estava a usar o computador comprado há pouco tempo na mesa dobrável do lugar quando o homem sentado à frente dele, chamado Liu, reclinou o assento diretamente para cima do portátil de Wang, partindo o ecrã.
Depois de mandar arranjar o computador, Wang processou Liu em 4.788,50 yuan (652 euros) para cobrir os custos da reparação e da deslocação a uma esquadra da Polícia para relatar o incidente.
O Tribunal do Condado de Xiangyin, em Hunan, determinou que ambas as partes foram parcialmente responsáveis pelo que aconteceu, com Liu a deter 70% da culpa por ter reclinado o assento e Wang com 30% da culpa por não ter tido mais atenção.
Em resultado, Liu foi condenado a pagar 3.341,45 yuan remimbi (455 euros) - 70% do valor do processo de Wang.
Na decisão, o tribunal apontou o facto de existirem avisos afixados no comboio a lembrar as pessoas de verificarem com o passageiro sentado atrás delas antes de reclinarem os assentos.
Embora este caso pareça ser um incidente isolado, o debate sobre as regras de etiqueta no que toca a reclinar os assentos tem sido controverso.
E, até agora, limitava-se principalmente aos aviões.
Mas, com as companhias aéreas a eliminarem os voos de curta distância e a incentivarem os viajantes a deslocarem-se de comboio, um transporte muito mais ecológico, é possível que comecem a surgir nos caminhos de ferro mais conflitos sobre as regras de etiqueta em viagem.