Se o Governo não apresentar um orçamento retificativo, o país caminha para o “desastre”

Agência Lusa , PP (atualizado às 18:14)
26 mar 2023, 17:35
André Ventura (LUSA/MANUEL ALMEIDA)

Chega diz que Governo deve apresentar orçamento retificativo para resolver problemas relacionados com os preços, os professores e a saúde

O presidente do Chega, André Ventura, defendeu hoje que o Governo deve apresentar um orçamento retificativo para resolver problemas relacionados com os preços, os professores e a saúde, argumentando que, caso contrário, o país caminha para “o desastre”.

Em declarações ao jornalistas, André Ventura considerou que o Governo da República deve seguir o exemplo da Madeira, recordando que o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, disse no sábado que terá de ser apresentado na região um orçamento retificativo para incluir medidas como o aumento de 1% dos salários da função pública.

“Nós precisamos de um orçamento retificativo nacional e o ministro das Finanças, Fernando Medina, está com muito pouco tempo para o fazer. Nós temos de chegar a uma solução rápida que não permita continuar a degradar o ambiente nacional como está a acontecer”, salientou o presidente do Chega, no âmbito de uma visita à Feira Regional da Cana de Açúcar, no concelho madeirense da Ponta do Sol.

“Nós estamos com muito pouco tempo para resolver problema fundamentais e estou a referir-me […] à questão do preço dos alimentos, à questão dos professores e à questão da saúde”, reforçou.

Na perspetiva de André Ventura, se o Governo não apresentar um orçamento retificativo, o país caminha para o “desastre”.

“Isto não é pessimismo nem é fatalismo, nós temos greves na educação que não param, temos serviços de saúde que não param de encerrar, temos demissões em catadupa nos principais órgãos dos serviços de saúde e o Estado aparentemente continua a fingir que negoceia sem fazer nada”, argumentou.

O líder do Chega acrescentou que o país arrisca-se a ficar, nos próximos meses, “pior do que no tempo da ‘troika’” em termos de conflitos, greves e manifestações”.

“Está nas mão de António Costa querer resolver isto”, concluiu.

André Ventura iniciou no sábado uma visita de três dias à Madeira, que termina na segunda-feira com uma visita à Feira do Livro do Funchal.

Chega antecipa cenário de "tensão institucional" entre Costa e Marcelo

André Ventura, antecipou ainda um cenário de “tensão institucional” entre o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, ao longo dos próximos anos.

“Acho que já ficou evidente que Marcelo Rebelo de Sousa já descolou do Governo de António Costa. Nós nunca tínhamos ouvido, em sete anos de mandato, o que Marcelo Rebelo de Sousa disse sobre a lei da habitação”, afirmou André Ventura.

"Eu diria, correndo sempre o risco de me enganar, que a relação entre o Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa entrou num ponto sem retorno", defendeu.

Em declarações aos jornalistas, o líder do Chega considerou que “Marcelo já não confia no Governo” e o “Governo já não confia em Marcelo”.

“E isto significa que, com toda a probabilidade vamos ter uma espécie de conflito institucional, ou pelo menos de tensão institucional, ao longo dos próximos anos”, declarou.

Referindo que não acredita que o Governo liderado por António Costa chegue até ao fim da legislatura, André Ventura defendeu que “é importante que o Presidente [da República] se mantenha afastado do Governo porque pode ser chamado a decidir e a tomar decisões muito em breve”.

“Mas eu diria que os próximos dois anos serão, se não de conflito, de tensão institucional, não por culpa de Marcelo Rebelo de Sousa, mas por culpa do Governo que não estava habituado a ouvir críticas e agora quando as ouve imediatamente lança os seus cães de fila todos para atacar quem o ataca, seja o Chega, seja o Presidente da República ou qualquer outro líder partidário”, reforçou.

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