"Direita só há uma, a do Chega e mais nenhuma". Manifestação do Chega junta mais de uma centena mas com distância da sede do PS

Agência Lusa , AM
13 mai 2023, 17:39

Apesar de o 'speaker' falar num cerco à sede socialista, a PSP criou um perímetro de segurança e cortaram a estrada em frente ao largo do Rato, que ficou vazia

A manifestação convocada pelo Chega como um cerco à sede nacional do PS, em Lisboa, juntava este sábado, perto das 16:00, mais de uma centena de pessoas, mas colocadas a vários metros de distância do edifício.

Cerca de vinte agentes da PSP, das equipas de intervenção rápida, acompanhados de várias viaturas, criaram um perímetro de segurança e cortaram a estrada em frente ao largo do Rato, que ficou vazia.

Apesar de afastados da sede do PS e encostados ao muro em frente, as intervenções na concentração do Chega começaram com aplausos as forças de segurança.

Ainda sem a presença do presidente do partido, André Ventura, os manifestantes tentaram fazer um cordão humano no espaço que lhes foi reservado, resultando numa espécie de semicírculo, apesar de o 'speaker' continuar a falar num cerco à sede socialista.

A manifestação estava convocada para as 15.30 e decorre, por enquanto, de forma pacífica, apenas com gritos de Chega e algumas bandeiras.

Na quinta-feira, o presidente e deputado do Chega afirmou que o objetivo da manifestação seria “fazer um cerco à sede do PS para mostrar a indignação à forma como tem governado o país”. Ventura acrescentou ter-se reunido com as forças policiais e a Câmara Municipal de Lisboa, esperando “uma manifestação ordeira e pacífica”.

Cercar sede partidária é “arma que não pode ter lugar em democracia”

O secretário-geral adjunto do PS afirmou que a manifestação convocada pelo Chega é “absolutamente inqualificável”, considerando que ameaçar “fazer um cerco a um partido político é uma arma que não pode ter lugar em democracia”.

Em declarações aos jornalistas à saída de um encontro da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL), João Torres foi questionado sobre o anúncio feito pelo presidente do Chega e deputado André Ventura de que o partido pretende “fazer um cerco à sede do PS para mostrar a indignação à forma têm governado o país”.

“O PS nem se vitimiza nem se deixa intimidar pelo Chega, apesar de considerar absolutamente inqualificável esta atitude e este cerco anunciado hoje para a sede do PS”, disse o secretário-geral adjunto do PS.

O dirigente socialista considerou que esta ameaça de cercar um partido político “não é apenas um ataque inqualificável ao PS, aos seus militantes e eleitores, mas é um ataque a todos os democratas e à democracia portuguesa”, assegurando que o partido censurará qualquer comportamento deste tipo em relação a outros partidos.

Por outro lado, João Torres lembrou que, além de autorização policial, “uma manifestação desta natureza tem de ter também a autorização do presidente da Câmara” do município onde se realiza, desafiando Carlos Moedas a “dar explicações sobre contexto em que autorizou esta manifestação”.

Questionado se, tal como afirmou na quinta-feira o líder do Chega, André Ventura, terão existido quaisquer contactos entre esse partido e dirigentes do PS, o secretário-geral adjunto socialista disse não ter conhecimento.

Quanto à forma como poderá atuar hoje a polícia, João Torres informou que foi enviada uma missiva à Polícia de Segurança Pública e salientou que a lei que regula as manifestação, que data de 1974, “é muito clara”.

“É competência das autoridades garantir perímetros de segurança para a realização de manifestações junto de determinados edifícios, designadamente sedes de partidos políticos”, afirmou.

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