O presidente do Chega defendeu que Lula da Silva deve ser condenado pela "proximidade com a Rússia", pela "incapacidade de ver o sofrimento do povo ucraniano", pela "sua proximidade à China", pela "hesitação em condenar as ditaduras sul-americanas" e pela "corrupção"
Apesar de criticar as declarações do presidente brasileiro sobre a guerra na Ucrânia, o PSD saudou a presença de Lula da Silva nas comemorações do 25 de Abril em Portugal, uma contradição que o Chega descreveu como "ultrajante", num vídeo enviado às redações.
"É ultrajante ver um partido que deveria liderar o centro-direita dizer que saúda a presença de Lula da Silva no dia 25 de Abril, em Portugal, no dia da conquista democrática", disse André Ventura, anunciando a organização da "maior manifestação de sempre contra um dignatário estrangeiro em Portugal".
Segundo o presidente do Chega, serão mobilizados "portugueses e brasileiros, todos os que se quiserem juntar, para mostrar que o centro-direita e a direita portuguesa não são o PSD, não são este PSD".
Argumentou ainda que Lula deve ser condenado por vários motivos. Primeiramente, pela "incapacidade de ver o sofrimento do povo ucraniano", mas também pela sua "proximidade com a Rússia", pela "proximidade com a China", pela "hesitação em condenar as ditaduras sul-americanas" e, ainda que as acusações tenham sido anuladas, pela "corrupção".
Este domingo, o vice-presidente do PSD pediu ao Governo que tomasse uma posição "pública e formal" face às palavras do presidente brasileiro sobre a Ucrânia. Recorde-se que Lula da Silva acusa a Europa, a NATO e os EUA de continuarem a contribuir para a guerra e manifestou vontade em criar uma organização semelhante ao G20 com países neutrais, para tentar negociar a paz.
Por outro lado, Paulo Rangel destacou ainda a "importância fundamental" da "oportuna e útil" visita de Lula a Portugal, no dia 25 de Abril, e enfatizou que o partido fará tudo o que estiver ao seu alcance para que seja um "sucesso" e que permita uma forte renovação dos laços entre os dois países.
A presença do chefe de Estado brasileiro no Parlamento português tem gerado controvérsia desde fevereiro, quando o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, anunciou a presença de Lula na sessão solene da Revolução de Abril, na Assembleia da República.
Esta atitude foi alvo de críticas por parte do PSD, Iniciativa Liberal e Chega, o que levou o Parlamento a decidir que, em vez da intervenção de Lula da Silva na sessão solene anual comemorativa, haverá uma sessão de boas-vindas durante a sua visita de Estado a Portugal no mesmo dia.