Santos Silva respondeu que não se impressiona "nem com pateadas nem com volume de som"
Os 12 deputados do Chega abandonaram esta sexta-feira o hemiciclo após uma intervenção do presidente da Assembleia da República durante uma discussão sobre alterações ao regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional.
Os parlamentares daquela bancada acusaram Augusto Santos Silva de não ser isento, depois de André Ventura ter dirigido um ataque aos imigrantes que vivem em Portugal, apelidando-os de "subsidiodependentes".
O responsável máximo do Parlamento afirmou que, "enquanto presidente da Assembleia da República", considera que "Portugal deve muito, mas muito, aos milhares de imigrantes que trabalham" em Portugal.
Santos Silva fez então questão de repreender a bancada do Chega com "quatro coisas", tendo os deputados deste partido abandonado o hemiciclo antes de o presidente da Assembleia da República terminar o quarto ponto.
Os deputados do Chega levantaram-se então para sair da sala, batendo nas mesas enquanto o faziam, já depois de Santos Silva ter dito que não se impressionava "com pateadas nem com volume de som".
Em causa a aprovação, em votação final global, do novo regime jurídico para estrangeiros em Portugal, com votos a favor do PS, PCP, BE e Livre, abstenções do PSD, IL e PAN, e ausência do Chega.
Na proposta do Governo que altera o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, entre outros aspetos, determina-se que a concessão de vistos de residência e de estada temporária a cidadãos nacionais de um Estado em que esteja em vigor o Acordo Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) não depende de parecer prévio do SEF, “sem prejuízo de a concessão de vistos ser comunicada ao SEF, para efeitos do exercício das suas competências em matéria de segurança interna”.
