É mais do que um aeroporto, já que é também um ponto turístico. Agora vai ser "mega mas acolhedor"
O Aeroporto Internacional de Changi, em Singapura, ganhou praticamente todos os prémios existentes no setor da aviação, incluindo o título de melhor aeroporto do mundo em 2025.
Agora, Singapura está a expandir o seu aeroporto nacional, abrindo caminho esta semana para um quinto terminal que deverá estar disponível em meados da década de 2030.
O primeiro-ministro de Singapura, Lawrence Wong, liderou a cerimónia oficial de inauguração no dia 14 de maio.
Cidade-nação com seis milhões de habitantes, Singapura concentrou todos os recursos da aviação comercial no seu único aeroporto.
Enquanto noutros aeroportos do mundo existem terminais separados para partidas domésticas e internacionais, em Changi todos os voos são internacionais, o que significa que os passageiros podem circular livremente por todas as secções públicas do aeroporto.
Yam Kum Weng, CEO do Grupo Changi, descreveu o terminal planeado como “mega mas acolhedor”, acrescentando que iria proporcionar “uma experiência de aeroporto personalizada, sem stress e positivamente surpreendente”.
O projeto T5 foi originalmente anunciado em 2013 e estava programado para arrancar em 2020, mas foi adiado devido à pandemia do coronavírus.
No entanto, a covid-19 fez mais do que influenciar o calendário do T5.
Foram acrescentadas medidas adicionais ao novo plano de construção, incluindo um sistema de ventilação que pode ser “ativado durante uma pandemia”.
Todos os passageiros utilizarão pontos de entrada sem contacto, o que já fazia parte da estratégia de Changi para se tornar completamente livre de documentos, utilizando apenas dados biométricos.
As folhas do teto em camadas permitem a circulação do ar e a divisão do terminal em vários mini-terminais, caso seja necessário bloquear rapidamente um deles para separar os passageiros ou testar doenças.
Quando o T5 estiver concluído, tornar-se-á o principal terminal da Singapore Airlines e da sua transportadora de baixo custo Scoot. Atualmente, estas duas companhias estão espalhadas pelos outros terminais.
O aeroporto como atração turística
Uma das razões para os elogios de Changi é o número significativo de atividades e atrações sob o seu teto.
Existem vários jardins - borboletas, catos, nenúfares, girassóis e orquídeas - além de áreas de recreio para crianças, um escorrega gigante, uma piscina no telhado e uma sala de cinema.
A mais recente novidade é o Changi Jewel, um complexo de retalho de luxo de 10 andares cuja peça central é a maior cascata interior do mundo. Concluído em 2019, é acessível mesmo para os visitantes que não estão a viajar.
“A eficiência e a experiência não são mutuamente exclusivas”, afirma Trent Tesch, responsável pelo projeto na Kohn Pedersen Fox (KPF), uma das empresas que colaborou na conceção do novo terminal.
"Demasiadas vezes, os aeroportos são concebidos como puras máquinas de movimento - eficientes mas impessoais, reduzindo os passageiros a meros números num sistema. Em vez disso, o T5 foi concebido como uma microcidade vibrante que é distintamente singapurense - exuberante, em camadas e profundamente humana".
A localização de Singapura, perto do equador, significa que tem um clima tropical: temperaturas elevadas, chuvas intensas e humidade densa são elementos básicos da vida quotidiana.
O T5 foi concebido tendo em conta o clima de Singapura.
Haverá um grande sistema de energia solar no telhado que irá alimentar mais do que apenas o aeroporto - de acordo com a KPF, irá gerar o suficiente para alimentar cerca de 20 mil apartamentos de quatro assoalhadas por ano.
Mais de 68 milhões de passageiros passaram por Changi no ano passado, tornando-o o quarto centro aéreo mais movimentado do mundo. A partir de Singapura, os viajantes podem voar diretamente para 170 cidades.
