Champions: Manchester City-Real Madrid, 4-0 (crónica)

17 mai 2023, 22:16

Masterclass de Bernardo em noite histórica do City

O «efeito Real Madrid» terminou esta noite em Manchester, com um triunfo esclarecedor do City sobre os merengues, por 4-0, na segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões.

Os citizens deram uma prova de qualidade, assente na capacidade estratégica que a equipa de Pep Guardiola tem revelado ao longo da temporada e mostrou que é melhor do que os espanhóis, que no Etihad pouco conseguiram criar e foram, até, inofensivos.

Importa recordar que a época começou aos sobressaltos para os citizens, Guardiola chegou a afirmar que o plantel precisava de «fome», mas os meses passaram, a qualidade de jogo aumentou drasticamente, atingiu índices a roçar a perfeição e, no final desta noite, o técnico catalão não se pode queixar de nada, muito menos de falta de ambição.

FILME DO JOGO

A noite histórica do Manchester City em muito se deveu a Bernardo Silva. O internacional português esteve intratável - sobretudo na primeira parte – desmontou por completo a organização defensiva do Real e bisou ainda antes do intervalo.

O médio luso fez o que quis do lateral esquerdo adaptado Camavinga e, do lado contrário, Dani Carvajal também não conseguiu controlar Jack Grealish.

A entrada do City foi imperial e os comandados de Pep Guardiola mostraram que não queriam que a «remontada» da temporada passada se repetisse. Os primeiros minutos permitiram ver uma equipa super motivada, que colecionava oportunidades de golo e colocava o Real a defender em cima da linha da grande área. Contudo, as tentativas esbarravam em Thibaut Courtois.

O belga, porém, nada pôde fazer para travar o golo de Bernardo Silva, aos 23 minutos. O médio português já se vinha a assumir como principal protagonista da noite e confirmou esse estatuto. Kevin De Bruyne viu o espaço entre a linha defensiva dos merengues, Bernardo infiltrou-se e disparou em força na cara de Courtois.

Com o golo sofrido, o Real Madrid até reagiu e Toni Kroos enviou a bola à barra da baliza de Ederson pouco depois da meia hora.

Mas isso foi o melhor que os espanhóis conseguiram fazer, porque, aos 37 minutos, Bernardo bisou na partida. Courtois ainda evitou o remate de Gundogan, mas já não conseguiu defender o cabeceamento do médio português, que apareceu solto na área após mais uma falha de marcação de Camavinga.

Ao intervalo, o resultado só pecava por escasso, face à clara incapacidade dos merengues em reagir à adversidade e sair do seu reduto defensivo.

A segunda parte, porém, até começou com uma ameaça forasteira. David Alaba, de livre direto, testou a luva esquerda de Ederson (51m), guarda-redes brasileiro que também teve uma noite de excelência.

Os citizens, alertados pelo que já havia acontecido na edição da Champions passada e com uma vantagem de dois golos no bolso, jogaram com o marcador e optaram por gerir o resultado. Grealish assumiu o papel de maior desequilibrador nessa fase, enquanto Erling Haaland viu Courtois e a trave, no mesmo lance (73m), negar o golo que abrilhantaria ainda mais a época do norueguês.

Desinspirado e abatido, o Real Madrid ainda voltou a sofrer. À entrada para o último quarto de hora, De Bruyne cobrou um livre na esquerda e Éder Militão foi infeliz no desvio que acabou na própria baliza.

A eliminatória estava fechada e o segundo finalista da prova milionária encontrado, mas quem tem um banco de luxo pode ambicionar sempre mais. Desta vez, Guardiola fez mexidas e foram os suplentes utilizados a fabricar o 4-0, que deu contornos de goleada ao marcador, já nos descontos.

Phil Foden isolou Julián Álvarez e o campeão do mundo não tremeu perante a saída de Courtois, tendo desviado para o fundo das redes.

O City, que há vários anos alimenta um projeto com o objetivo de conquista a Liga dos Campeões, chega à final como favorito. Contudo, no derradeiro duelo, a 10 de junho, em Istambul, vai defrontar o Inter de Milão que deixou para trás FC Porto e Benfica e já mostrou do que é capaz esta época.

Quanto ao Real Madrid, levantam-se ainda mais dúvidas em torno do futuro de Carlo Ancelotti, que em Manchester se tornou o treinador com mais jogos na Champions, com 191 partidas, superando Sir Alex Ferguson.

[IMAGENS VÍDEO ELEVEN SPORTS]

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