13 de Novembro marca o Dia Mundial da Bondade, recordou-me a página das Nações Unidas. Por alguma razão, sempre fui algo avessa a efemérides, mas reconheço-lhes o valor de sensibilizar para temas relevantes para a sociedade.
É intuitivo para todos que praticar actos de generosidade para com os outros nos deixa mais felizes. A própria investigação científica tem vindo a demonstrar essa associação, mas um artigo interessante veio lançar alguma luz sobre o que se passa no nosso cérebro para que ocorra essa tradução, da acção ao sentimento. Publicado em 2017 na revista Nature Communications, do grupo Nature, o artigo de investigadores e neurologistas da universidade de Zurique, na Suíça, veio demonstrar que os actos de bondade activam e conectam regiões do nosso cérebro ligadas à empatia (como a junção temporo-parietal) e à sensação de recompensa e felicidade (núcleo estriado ventral).
Hoje em dia, temos colocado cada vez mais o foco no auto-cuidado, efectivamente importante para a saúde mental e, por conseguinte, para o bem-estar global. Contudo, é importante não esquecer como praticar actos de generosidade pode fazer a diferença para quem é ajudado - e trazer felicidade a quem ajuda. Mesmo se levarmos a reflexão para o patamar da evolução, numa primeira análise, poder-se-ia pensar que a protecção do próprio seria sempre a prioridade. Talvez, no entanto, a protecção dos nossos entes queridos e fazer o bem ao outro, mesmo que seja um desconhecido, seja determinante para a protecção da espécie.
Bem, fazer o bem, faz bem - e a ciência demonstra-o. Já pensou no que pode fazer hoje?
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