"Centaurus", a nova variante da Ómicron que está a preocupar os especialistas

CNN Portugal , MJC
13 jul 2022, 10:51
Índia (AP)

BA.2.75 foi detetada na Índia no início de maio e já está presente em pelo menos mais dez países. Os virologistas estão preocupados com a sua rápida transmissibilidade e capacidade de escapar aos anticorpos

Os virologistas estão precoupados com o surgimento de uma variante da Ómicron de rápida disseminação: a  BA.2.75, apelidada de “Centaurus”. Foi detetada pela primeira vez na Índia no início de maio e já está presente em pelo menos dez outros países, incluindo Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) designou-a como “variante em monitorização” a 7 de julho, o que significa que há alguma indicação de que pode ser mais transmissível ou associada a doença mais grave, mas ainda não existe essa avaliação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também está a monitorizar de perto esta variante, mas ainda não existem amostras suficientes para avaliar a sua gravidade.

No entanto, parece já claro que nos países com BA.2.75 os casos aumentaram – e, à primeira vista, mais rapidamente que os da variante BA.5, considerada extremamente transmissível.

Além do seu crescimento rápido e ampla disseminação geográfica, os virologistas foram alertados pelo grande número de novas mutações da BA.2.75 em relação à BA.2, a partir da qual provavelmente evoluiu. “Isso pode significar que conseguiu evoluir a partir de uma linhagem de vírus já bem-sucedida", explicou Stephen Griffin, virologista da Universidade de Leeds, citado pelo jornal The Guardian.

“Não são tanto as mutações exatas, mas o número/combinação”, especificou Tom Peacock, virologista do Imperial College London, que foi o primeiro a identificar a Ómicron como uma preocupação potencial em novembro de 2021. "É difícil prever o efeito de tantas mutações juntas, o que  torna o vírus uma espécie de carta 'joker' onde a soma das partes pode ser pior do que cada uma das partes individualmente."

Este é mais um exemplo da impressionante capacidade do vírus de se adaptar e mudar. “No ano passado, por esta altura, muitos estavam convencidos de que a variante Delta representava um pináculo evolutivo para o vírus, mas o surgimento da Ómicron é um sinal de que não podemos seguir um plano semelhante ao da gripe para acompanhar a evolução viral”, concluiu Griffin.

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