Cientista português identifica mecanismos do envelhecimento que potenciam células cancerígenas

Agência Lusa , MM
10 ago, 11:25
Inovações made in Portugal e avanços mundiais

osé Pedro Castro integrou a equipa de cientistas da Harvard Medical School que desvendou os mecanismos do envelhecimento que dão origem a linfomas de células B

Um investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) integrou a equipa que identificou mecanismos do envelhecimento que ajudam a transformar as células do sistema imune em células cancerígenas, foi revelado este sábado.

Em comunicado, o instituto da Universidade do Porto esclarece que o investigador José Pedro Castro integrou a equipa de cientistas da Harvard Medical School que desvendou os mecanismos do envelhecimento que dão origem a linfomas de células B.

A investigação, publicada na revista Nature Aging, "abre portas a novas estratégias farmacológicas de prevenção".

Comparando os genes de animais novos e animais velhos com e sem linfoma, os investigadores descobriram que "com o envelhecimento forma-se um subtipo de células B que são maiores e mais clonais (homogéneas)".

Citado no comunicado, o investigador José Pedro Castro explica que a formação deste subtipo de células B acontece em duas fases.

Numa primeira fase, as células normais do sistema imune passam a células ABC, isto é, células associadas ao envelhecimento, e depois, ao interagirem entre si e transformarem-se em ACBC (células B clonais envelhecidas) possuem "todo um programa de cancro".

"São células biologicamente muito mais envelhecidas que a idade do próprio animal e têm capacidade de divisão, proliferação e invasão de outros tecidos, são também altamente inflamatórias e isto é um grande problema para os tecidos", indica.

Para comprovar as características destas células, os investigadores injetaram-nas em ratinhos novos que, como consequência, "morreram precocemente com cancro".

"Foi incrível constatar que começaram a morrer 30 dias após a injeção e dois meses e meio após o início da experiência, apenas 50 por cento dos animais estavam vivos", conta José Pedro Castro.

Posteriormente, os investigadores recorreram a dados genómicos publicamente disponíveis de sangue e outros tecidos humanos, e encontraram “as mesmas assinaturas ACBC a aumentarem com a idade, especialmente em indivíduos com elevada clonalidade de células B”.

Tal, acredita José Pedro Castro, “pode abrir caminho para novos biomarcardores de cancro ou outras doenças do envelhecimento”.

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