PS acusa Cavaco de "escamotear" realidade e desprezar factos relevantes sobre o país

Agência Lusa , BCE
30 set 2022, 18:15
Assembleia da República (Lusa)

Num artigo de opinião, o antigo Presidente da República acusa o Governo de “imobilismo” e de, “apesar de todas as promessas”, continuar “sem anunciar uma verdadeira reforma”. Mas não se fica por aqui, diz mesmo que António Costa deveria ter demitido Pedro Nuno Santos

O secretário-geral adjunto do PS acusou esta sexta-feira o ex-Presidente da República Cavaco Silva de “escamotear a indesmentível realidade” sobre a trajetória de crescimento do país entre 2015 e 2019 e de desprezar “factos relevantes”.

Esta posição de João Torres, “número dois” da direção do PS, foi publicada na sua conta na rede social Twitter e surgiu em reação a um artigo de opinião do antigo líder do PSD e ex-chefe de Estado no jornal Público.

Nesse artigo, Aníbal Cavaco Silva defendeu que o primeiro-ministro, António Costa, e o Governo devem sair “da situação de imobilismo” para realizarem as reformas decisivas e colocar a economia portuguesa numa trajetória de crescimento sustentável.

“(…) É fundamental que os partidos da oposição, as instituições da sociedade civil e a comunicação social contribuam para que o primeiro-ministro e o Governo saiam da situação de imobilismo e encontrem um rumo que permita que Portugal volte, dentro de 10 anos, à 15.ª posição em termos de desenvolvimento entre os 27 países da União Europeia em que se encontrava em 2002, depois de ter caído nos anos recentes para o 21.º lugar”, referiu Cavaco Silva, que foi primeiro-ministro entre 1985 e 1995.

Porém, para o secretário-geral adjunto do PS, “o professor Cavaco Silva escreveu hoje mais um artigo de opinião que escamoteia a indesmentível realidade”.

“Foi com este Governo que regressamos a uma trajetória de convergência e crescimento: 2,8% por ano, entre 2015 e 2019”, sustentou.

O secretário-geral adjunto do PS advogou, ainda, que em 2021 o país “voltou a convergir, sendo Portugal o país que mais cresce este ano na União Europeia”.

“Admito que a vontade de protagonismo seja alguma, mas, pelo menos, seria de esperar que factos relevantes não fossem objetivamente desprezados”, criticou João Torres.

Brilhante Dias critica "negação" de "ilustres economias e professores"

Ao fim da manhã, também o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, reagiu ao artigo de Cavaco Silva, através de uma nota que publicou na sua conta na rede social Facebook.

“Apesar das evidências que a realidade demonstra e que os números confirmam, há ilustres economistas e professores de finanças que continuam em negação. A verdade é que, ao contrário do que tem acontecido com os governos da direita nos últimos 20 anos, com o PS no poder o PIB (Produto Interno Bruto) tem crescido acima da média da União Europeia”, escreveu.

De acordo com o líder da bancada socialista, nos últimos sete anos, assiste-se “ao maior ciclo de convergência” desde a adesão de Portugal ao euro e que é “suportado por exportações em máximos históricos”.

“O Governo e o PS estão ao lado das pessoas, apostam em políticas de reformas que são as que permitem melhorar os rendimentos das famílias portuguesas, como tem acontecido nos últimos anos. Reformar não é cortar e, para nós, não há crescimento sem coesão”, acrescentou.

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