Ministério Público abre inquérito à morte de recém-nascido por falta de assistência em Portalegre

Agência Lusa , JGR
28 jan 2022, 17:51
INEM

Em causa está a alegada falta de socorro médico, após a VMER do hospital de Portalegre ter estado cerca de sete horas inoperacional por falta de médico

O Ministério Publico (MP) revelou esta sexta-feira que instaurou um inquérito para apurar as causas da morte de um bebé de oito dias, na quinta-feira, no hospital de Portalegre, por alegada falta de socorro médico.

Em resposta a questões colocadas pela agência Lusa, por correio eletrónico, o MP de Portalegre anunciou que foi instaurado este inquérito naqueles serviços para a averiguação das causas da morte da criança.

Um bebé de oito dias morreu, na quinta-feira, no hospital de Portalegre, “por falta de socorro médico”. "O socorro foi pedido pelo pai da criança e os bombeiros foram acionados às 09:33”, depois de o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) ter dito que a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) “do hospital de Portalegre não estava operacional”.

A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), responsável pelo hospital de Portalegre, revelou hoje ter instaurado um inquérito para apurar “todas as circunstâncias” em que o bebé morreu. Em declarações prestadas esta sexta-feira aos jornalistas, a diretora clínica da ULSNA, Vera Escoto, revelou que a VMER do hospital de Portalegre esteve cerca de sete horas inoperacional por falta de médico, na quinta-feira.

De acordo com Vera Escoto, aquela unidade hospitalar “fez todos os esforços” naquele dia para colocar a VMER operacional.

“Houve um período, entre 09:00 e as 15:40, em que não houve médico, embora se tivessem feito todos os esforços para colmatar essa situação”, indicou.

A diretora clínica lembrou que se vive “em período pandémico, sendo que “os médicos têm várias solicitações e, por isso, pontualmente, houve a falha neste período”, lamentou.

No entanto, Vera Escoto garantiu ainda aos jornalistas que “raramente” a VMER de Portalegre está inoperacional.

Mas, “quando não se consegue, porque acontece um imprevisto e dentro da nossa casa [hospital] não conseguimos colocar alguém, poderá ficar a descoberto”, admitiu.

A Ordem dos Médicos (OM) também já exigiu hoje que a morte do recém-nascido seja “rapidamente investigada, até às últimas consequências”, por configurar “uma situação muito grave”.

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