A ministra alemã com a braçadeira LGBTQI+, o presidente da FIFA ao lado com aquela cara: que foto

23 nov 2022, 19:16
Infantino com Nancy Faeser. Foto: Getty Images

Os jogadores alemães foram proibidos de usar a braçadeira em causa no relvado. Fora dele surgiu uma das imagens mais simbólicas deste mundial

Seleções e países foram avançando na tentativa de demonstrarem o seu desagrado com o desrespeito pelos direitos humanos no Catar. Acabaram todas por ceder, em grande parte por culpa da FIFA, que continua a considerar alguns gestos "políticos". Foi nesse sentido que foi proibida a braçadeira “One Love”, que vários capitães de seleções que estão a participar no Campeonato do Mundo queriam usar para apoiarem a causa LGBTQI+, voltando atrás quando souberam que isso ia resultar em sanções.

Sem poder dar o exemplo como instituição desportiva, a Alemanha decidiu deixar a sua mensagem na mesma e através de uma figura política. A ministra do Interior, Nancy Faeser, utilizou essa mesma braçadeira durante o jogo entre o seu país e o Japão, não a retirando nem mesmo quando o presidente da FIFA, Gianni Infantino, se sentou ao seu lado.

O presidente da FIFA acusou o Ocidente de "hipocrisia" pelas críticas recentes à organização do Mundial, já depois de ter enviado uma carta a todas as federações a pedir que se focassem no futebol.

"Depois do que fizemos nos últimos três mil anos, nós europeus devíamos pedir desculpa pelos próximos três mil anos, antes de começar a dar lições de moral a alguém", afirmou Infantino, numa conferência de imprensa em Doha, na qual atirou a seguinte frase: "Hoje sinto-me catari. Sinto-me árabe. Sinto-me africano. Sinto-me gay. Sinto-me deficiente. Hoje, sinto-me como um trabalhador migrante". Depois, a instituição que dirige sentiu-se com vontade de proibir a utilização da braçadeira One Love.

Nancy Faeser, que está a representar o executivo alemão no Catar, já tinha dado o mote antes do jogo: “Nos tempos atuais é incompreensível que a FIFA não queira que as pessoas lutem abertamente pela tolerância e contra a discriminação”, disse, num evento organizado pela federação de futebol da Alemanha em Doha.

Depois de se saber que haveria punições para os atletas que utilizassem a braçadeira, Nancy Faeser tinha manifestado o seu descontentamento, falando num “enorme erro” por parte da mais alta instituição do futebol.

Quanto aos jogadores da Alemanha, não podendo utilizar a braçadeira de capitão, optaram por tapar a boca na fotografia oficial de jogo, numa imagem que a federação aproveitou para dizer que "esta não é uma mensagem política: os direitos humanos não são negociáveis".

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