Caso BES: audição de Passos Coelho desmarcada

29 out 2024, 17:20
Pedro Passos Coelho na apresentação do livro "Identidade e Família" (Manuel de Almeida/Lusa)

Antigo primeiro-ministro deveria ser ouvido esta quarta-feira, mas a sua vinda ao tribunal acabou por ser cancelada. Ainda não há uma nova data

A audição do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, prevista para esta quarta-feira, no julgamento do caso BES foi desmarcada, apurou a CNN Portugal. 

Até ao momento, ainda não foi definida nova data para que o antigo líder do PSD seja ouvido no tribunal. Igualmente, também a audição da testemunha Fernando Henriques, prevista para esta quarta-feira, foi adiada. 

Dessa forma, o próximo dia de julgamento será marcado pela continuação do depoimento de Inês Neves e para questões por parte dos advogados dos arguidos.

Passos Coelho foi o primeiro-ministro durante a queda do BES e teve dois encontros com Ricardo Salgado no ano de 2014. No primeiro, em abril, o banqueiro pediu ao chefe de Governo para interceder junto do Banco de Portugal para que o governador Carlos Costa desse luz verde a um plano que passava por colocar a dívida da Rio Forte, a holding não financeira do GES, nos clientes de retalho do BES e usar esse dinheiro para capitalizar a Espírito Santo International (ESI), a holding que se encontrava em situação de bancarrota e ameaçava empurrar todo o grupo pelo precipício abaixo. 

No segundo encontro, Salgado pediu a Passos Coelho o “apoio do Governo para um plano de financiamento visando acudir ao desequilíbrio económico-financeiro do GES". No fundo, esse apoio, pressupunha a criação de linhas de financiamento de longo prazo ao BES com intervenção da Caixa-Geral de Depósitos. 

Em ambos os momentos, Passos negou-se a realizar os pedidos do banqueiro. Mais tarde, em 2015, a defesa de Ricardo Salgado justificava a queda do BES não por uma falência, mas pela atuação do Banco de Portugal com o aval do primeiro-ministro na altura. “O BES oi obrigado a desaparecer pelo Banco de Portugal. Hoje sabemos que com o apoio do governo de Portugal, liderado pelo Dr. Pedro Passos Coelho”.
 

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