Exclusivo. Cara Delevingne sobre a força da fantasia quando não queremos pensar na guerra ou inflação: “Escapismo é bom, mas também pode ser demais”

17 fev 2023, 15:09

A atriz britânica que já foi modelo está de volta ao trabalho e logo com dois projetos na televisão. Um deles é a segunda e última temporada de “Carnival Row”, uma fantasia vitoriana que pode ajudar-nos a esquecer a realidade, mas não completamente. “Nesta série, podemos escapar para um mundo onde também falamos de problemas da vida real”, diz na entrevista à CNN Portugal. Por exemplo? “Racismo, refugiados, sexismo”. São dramas que importam a Cara Delevingne, acabada de chegar aos 30 e mais confiante do que nunca, também na sua pansexualidade.

“Carnival Row” está a entrar na segunda e última temporada. Como foi toda a experiência?

A pandemia foi dura, especialmente porque tivemos de interromper as gravações a meio, mas foi uma experiência brilhante! Gosto muito da série e estou muito orgulhosa da segunda temporada. Estou ansiosa para que os fãs possam vê-la, estou-lhes muito grata por terem esperado… Penso que vão gostar, porque é uma temporada mais negra, os personagens vão mais além em direções muito diferentes. A história viaja por sítios muito diferentes, mas tem o mesmo centro e coração da primeira temporada.

Gosto muito do seu sotaque irlandês, já agora.

Esse é o melhor elogio que alguém me pode dar! Adoro sotaques irlandeses! Continuaria a fazê-lo, só pelo divertimento.

Tem uma relação muito interessante com o Orlando Bloom na série. Como foi partilhar o protagonismo da história com ele?

Ele é um grande coprotagonista! Foi um processo longo, gosto muito de todo o elenco. Foram todos tão incríveis. Nesta segunda temporada, eu e as raparigas formámos uma pequena família porque passámos muito tempo juntas. Vivemos no mesmo apartamento, foi muito giro. Até parecia que estávamos num internato.

No mundo de hoje, com tanta coisa a acontecer na vida real como a guerra na Ucrânia e a inflação por todo o lado, a fantasia é o melhor escapismo que todos podemos ter?

O escapismo é bom até certo ponto, mas também pode ser demais.  Se conseguirmos escapar, mas também lidar com as nossas coisas… Penso que é muito difícil. Há um momento em que a minha personagem Vignette diz: “Como posso ficar sentada em casa, quando o mundo se está a desmoronar?” Acontece o mesmo quando vemos demasiadas notícias. Nesta série, podemos escapar para um mundo onde também falamos de problemas da vida real. O comentário social é muito bem feito, no sentido em que foca assuntos muitos importantes como o racismo, refugiados, sexismo. Penso que essa é a beleza da série. Tem tudo para todos: aventura, drama, conflito, romance e, claro, crime. Há muita coisa a acontecer ao mesmo tempo. Isso é fixe!

Aos 30 anos de idade, como se sente em relação a si, quer pessoal quer profissionalmente? Sente que está num lugar bom, neste momento?

Sinto-me melhor do que me senti durante muito tempo. Há algo na viragem para os trinta… Libertei-me de muitas coisas e também ganhei muitas coisas. Penso que muita da confiança que tinha nos meus vintes era falsa. Não acreditava muito em mim. Nos meus trintas, já não é tanto assim… Sinto-me muito confiante naquilo que faço e posso dar. Penso que dava muito mais do que recebia. Agora, estou num ponto mais equilibrado.

 

A temporada final de “Carnival Row” já está disponível na Amazon Prime Video

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